As pessoas dizem-nos quem são, mas nós ignoramos, pois queremos que sejam quem queremos que sejam.
Série Mad Men, roubado daqui
As pessoas dizem-nos quem são, mas nós ignoramos, pois queremos que sejam quem queremos que sejam.
Série Mad Men, roubado daqui
Há decisões e acontecimentos que mudam a vida para sempre. Uns procurados, outros impossíveis de evitar. Em determinado momento, ao olharmos para trás, como a ressaca da onda que numa fração de segundo implacável compõe toda uma outra paisagem, sabemos que uma decisão diferente, um acontecimento diferente, e a nossa vida teria sido outra. Hoje não seríamos os mesmos, mesmo desconhecendo em que medida. E há sempre a tentação de julgar que seríamos mais felizes.
Então, para o espírito não treinado, a paleta de sentimentos nos quais se afundar é imensa: frustração, desolação, raiva contra a vida ou o destino, culpabilização, solidão, amargura e tudo o mais. É uma postura de vida que nem todos dão mostras de conseguir decifrar.
Para os espíritos que procuram investigar a natureza da vida e do viver, existe todo um outro conjunto de possibilidades, consideravelmente mais luminosas.
Com a força da fé, E. ingressou nestas últimas fileiras, valendo-se de coragem, discernimento e disciplina para ultrapassar as situações que mais o fizeram sofrer. E, ao olhar para trás, na ressaca da onda, sabe que as paisagens que esta possa criar ou destruir são volúveis ao tempo e que o eterno campo de batalha é o homem frente a si mesmo, na busca de se reinventar face à vida que o interpela, a cada momento. Pronto, portanto, para uma nova etapa.
Parece que existimos para servir um desígnio. E que, paradoxalmente, quanto mais o servimos, mais somos nós.
Te conduzi até a borda
Cê não arredou o pé
Disse: “Voa, passarinho!”
Não moveu um membro sequer
Quando empurrei pro abismo
Voasse alto no céu
No céu, no céu, no céu
Então vai que é hora de voar
E é só no ar que as asa abre
Só quando tu saltar
Vai ver se as penas são de verdade
Da queda livre vem a liberdade
A melhor cura é uma boa loucura
(Ei! Loucura)
A pele velha deixa no chão
Então vai que é hora de voar
Que é só no ar que as asa abre
Francisco, el Hombre