A tese central assenta na noção de convivialidade, que não é apenas a de um convívio entre parceiros, mas a da coabitação entre diferentes, com todas as tensões e conflitos que tal coabitação pressupõe. Mas a grande questão não é só a da convivialidade, que, a acontecer, é em si um bem. O que fica por resolver é saber em que sociedade se supõe que esta convivialidade seja exequível. Um dos embaraços do pensamento contemporâneo tem sido o de, ao mesmo tempo que se recusa o modelo actual e injusto das sociedades contemporâneas, ser capaz de equacionar outro modelo de sociedade. Parece que estamos «à porta» do enunciado, mas é difícil abri‑la.
Para tanto, é necessário redescobrir com premência um novo valor para a prática do distanciamento sistemático das nossas próprias culturas de origem.
A urgência da teoria, 2007.
9.1.14
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