19.12.07

Fui ter à mesa redonda beber em malga que esconda
Um beijo de mão em mão

Povo que lavas no Rio, letra de Pedro Homem de Melo

18.12.07

Habitat

Ser porteira da minha
própria entrada:
Eis o único momento
de posse possível.

Marta Bernardes, in Arquivo de Nuvens

8.11.07

Para que serve então a Utopia?

Ela (a utopia) está no horizonte.
Avanço dois passos e ela afasta-se dois passos.
Avanço dez passos e o horizonte distancia-se de mim dez passos.
Posso ir tão longe quanto quiser:
Nunca lá chegarei.
Para que serve então a utopia?
Para isso mesmo... para avançarmos.

Eduardo Galeano

7.11.07

The Voiceless

We count the broken lyres that rest
Where the sweet wailing singers slumber,
But o'er their silent sister's breast
The wild-flowers who will stoop to number?
A few can touch the magic string,
And noisy Fame is proud to win them:
Alas for those that never sing,
But die with all their music in them!

Nay, grieve not for the dead alone
Whose song has told their hearts' sad story,--
Weep for the voiceless, who have known
The cross without the crown of glory!
Not where Leucadian breezes sweep
O'er Sappho's memory-haunted billow,
But where the glistening night-dews weep
On nameless sorrow's churchyard pillow.

O hearts that break and give no sign
Save whitening lip and fading tresses,
Till Death pours out his longed-for wine
Slow-dropped from Misery's crushing presses,--
If singing breath or echoing chord
To every hidden pang were given,
What endless melodies were poured,
As sad as earth, as sweet as heaven!

Oliver Wendell Holmes, 1858

23.10.07

The truth is a snare: you cannot have it, without being caught. You cannot have the truth in such a way that you catch it, but only in such a way that it catches you.
Kierkegaard

22.10.07

The Little Portress

The stillness of the sunshine lies
Upon her spirit: silence seems
To look out from its place of dreams
When suddenly she lifts her eyes
To waken, for a little space,
The smile asleep upon her face.

A thousand years of sun and shower,
The melting of unnumbered snows
Go to the making of the rose
Which blushes out its little hour.
So old is Beauty: in its heart
The ages seem to meet and part.

Like Beauty's self, she holds a clear
Deep memory of hidden things -
The music of forgotten springs -
So far she travels back, so near
She seems to stand to patient truth
As old as Age, as young as Youth.

That is her window, by the gate.
Now and again her figure flits
Across the wall. Long hours she sits
Within: on all who come to wait.
Her Saviour too is hanging there
A foot or so above her chair.

'Soeur Marie de l'Enfant Jésus,'
You wrote it in my little book -
Your shadow-name. Your shadow-look
Is dimmer and diviner too,
But not to keep: it slips so far
Beyond us to that golden bar

Where angels, watching from their stair,
Half-envy you your tranquil days
Of prayer as exquisite as praise, -
Grey twilights softer than their glare
Of glory: all sweet human things
Which vanish with the whirr of wings.

Yet will you, when you wing your way
To whiter worlds, more whitely shine
Or shed a radiance more divine
Than here you shed from day to day -
High is His heaven a quiet star,
Be nearer God than now you are?

Charlotte Mew

15.10.07

Quando o meu corpo apodrecer e eu for morta
Continuará o jardim, o céu e o mar,
E como hoje igualmente hão-de bailar
As quatro estações à minha porta.
Outros em Abril passarão no pomar
Em que eu tantas vezes passei,
Haverá longos poentes sobre o mar,
Outros amarão as coisas que eu amei.
Será o mesmo brilho, a mesma festa,
Será o mesmo jardim à minha porta,
E os cabelos doirados da floresta,
Como se eu não estivesse morta.

Sophia

10.10.07

Como em qualquer reacção química, quando dois elementos entram em contacto, ambos se transformam.
Jung

7.10.07

Isto porque acredito que

se aquilo que produzimos for a experiência da verdade que nos habita, então será sempre maior que nós próprios. Portanto, o que daqui resultou foi uma maior consciência de que somos meros canais através dos quais algo de superior se manifesta, o que pode parecer pouco, mas é quanto basta para vivermos em tranquilidade.

Maria José Costa Félix

1.10.07

será? II

não comprendo para crer mas creio para compreender

desconheço a fonte

30.9.07

será?

Arte de amar

Se queres sentir a felicidade de amar,

Esquece a tua alma

A alma é que estraga o amor

Só em Deus ela pode encontrar

Satisfação

Não noutra alma

As almas são incomunicáveis


Deixa teu corpo entender-se

Com outro corpo

Porque os corpos se entendem,

Mas as almas não.


Manuel Bandeira


27.9.07

...some times with fierce determination, others with quiet resolve.

23.9.07

A liberdade mais difícil de manter é a liberdade de errar.
Morris West

19.9.07

A verdade é que

se não te criares como Quem Tu És isso não poderá acontecer.

Conversas com Deus, p. 39

18.9.07

Consoada

Quando a indesejada das gentes chegar

(Não sei se dura ou caroável),

Talvez eu tenha medo.

Talvez sorria, ou diga:

Alô, iniludível!

O meu dia foi bom, pode a noite descer.

(A noite com seus sortilégios).

Encontrará lavrado o campo, a casa limpa,

A mesa posta, com cada coisa em seu lugar.

Manoel Bandeira

16.9.07

Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive.

Ricardo Reis, Odes

3.9.07

Meu fado meu

Trago um fado no meu canto
Canto a noite até ser dia
Do meu povo trago pranto
No meu canto a Mouraria

Tenho saudades de mim
Do meu amor, mais amado
Eu canto um país sem fim
O mar, a terra, o meu fado
Meu fado, meu fado, meu fado, meu fado

De mim só me falto eu
Senhora da minha vida
Do sonho, digo que é meu
E dou por mim já nascida

Trago um fado no meu canto
Na minh'alma vem guardado
Vem por dentro do meu espanto
A procura do meu fado
Meu fado, meu fado, meu fado, meu fado


de Paulo de Carvalho, cantado por Mariza

30.8.07

Impressão Digital


Os meus olhos são uns olhos,
e é com esses olhos uns
que eu vejo no mundo escolhos,
onde outros, com outros olhos,
não vêem escolhos nenhuns.

Quem diz escolhos, diz flores!
De tudo o mesmo se diz!
Onde uns vêem luto e dores,
uns outros descobrem cores
do mais formoso matiz.

Pelas ruas e estradas
onde passa tanta gente,
uns vêem pedras pisadas,
mas outros gnomos e fadas
num halo resplandecente!!

Inútil seguir vizinhos,
querer ser depois ou ser antes.
Cada um é seus caminhos!
Onde Sancho vê moinhos,
D.Quixote vê gigantes.

Vê moinhos? São moinhos!
Vê gigantes? São gigantes!


António Gedeão

28.8.07

Por quanto é sem fim

youtube

Do vale à montanha
Da montanha ao monte
Cavalo de sombra
Cavaleiro monge
Por casas, por prados
Por quintas, por fontes
Caminhais aliados

Do vale à montanha
Da montanha ao monte
Cavalo de sombra
Cavaleiro monge
Por penhascos pretos
Atrás e defronte
Caminhais secretos

Do vale à montanha
Da montanha ao monte
Cavalo de sombra
Cavaleiro monge
Por prados desertos
Sem ter horizontes
Caminhais libertos

Caminhais libertos

Caminhais libertos

Do vale à montanha
Da montanha ao monte
Cavalo de sombra
Cavaleiro monge
Por ínvios caminhos
Por rios sem ponte
Caminhais sozinhos

Do vale à montanha
Da montanha ao monte
Cavalo de sombra
Cavaleiro monge
Por quanto é sem fim
Sem ninguém que o conte
Caminhais em mim.

Do vale à montanha
Da montanha ao monte
Cavalo de sombra
Cavaleiro monge
Por prados desertos
Sem ter horizontes
Caminhais libertos

Sem ter horizontes
Caminhais libertos

Cavalo de sombra
Cavaleiro monge
Por quanto é sem fim
Sem ninguém que o conte
Caminhais em mim
Cavaleiro monge
Por penhascos pretos
Por rios sem ponte
Caminhais em mim


Fernando Pessoa, in Cancioneiro, 1932

26.7.07

Practice and the Butterfly

The life history of a butterfly is similar to our practice. We have some misconceptions about both, however. We may imagine, for example, that because butterflies are pretty, their life in the cocoon before they emerge is also pretty. We don't realize all that the worm must go through in order to become a butterfly. Similarly, when we begin to practice, we don't realize the long and difficult transformation required of us. We have to see through our pursuit of outward things, the false gods of pleasure and security. We have to stop gobbling this and pursuing that in our shortsighted way, and simply relax into the cocoon, into the darkness of the pain that is our life. Such practice requires years of our lives. Unlike the butterfly, we don't emerge once and for all.

Charlotte Joko Beck

20.7.07

Agora o braço não é mais o braço

erguido num grito de gol.
Agora o braço é uma linha, um traço,
um rastro espelhado e brilhante.
E todas as figuras são assim:
desenhos de luz, agrupamentos de pontos,
de partículas, um quadro de impulsos,
um processamento de sinais.
E assim - dizem - recontam a vida.
Agora retiram de mim a cobertura de carne,
escorrem todo o sangue, afinam os ossos
em fios luminosos e aí estou
pelo salão, pelas casas, pelas cidades,
parecida comigo.
Um rascunho,
uma forma nebulosa feita de luz e sombra
como uma estrela. Agora eu sou uma estrela.

Texto publicado na contracapa de "Trem Azul"
, Elis Regina, 1982.

28.6.07

Nature that framed us of four elements,
Warring within our breasts for regiment,
Doth teach us all to have aspiring minds:
Our souls, whose faculties can comprehend
The wondrous architecture of the world,
And measure every wandering planet's course,
Still climbing after knowledge infinite,
And always moving as the restless spheres,
Will us to wear ourselves, and never rest,
Until we reach the ripest fruit of all,
That perfect bliss and sole felicity,
The sweet fruition of an earthly crown.

Christopher Marlowe

11.6.07



Nothing real can be threatened.


Nothing unreal exists.

Herein lies the peace of God.

- - -

Nada real pode ser ameaçado.

Nada irreal existe.

Aqui está a paz de Deus.


A Course in Miracles

9.6.07

sonhar

Assim, depois de muito esperar, um dia como qualquer outro decidi triunfar

Decidi não ficar à espera das oportunidades e fui procurá-las

Decidi ver cada problema como a oportunidade de encontrar uma solução

Decidi ver cada deserto como a oportunidade de encontrar um oásis

Decidi ver cada noite como um mistério a resolver

Decidi ver cada dia como a oportunidade de ser Feliz

Aquele dia,

Descobri que o meu único rival eram apenas as minhas debilidades e que estas são a única e melhor forma de me superar

Aquele dia deixei de ter medo de perder e comecei a ter medo de não ganhar

Descobri que não era o melhor e que talvez nunca o tenha sido

Deixou de me importar quem ganhara ou quem perdera

Agora simplesmente me importa ser melhor que ontem

Aprendi que o difícil não é chegar ao topo, mas sim nunca deixar de subir

Aprendi que o maior sucesso que posso alcançar é o ter direito de chamar a alguém de "AMIGO"

Descobri que o amor é mais do que uma simples paixão

O amor é uma filosofia de vida

Aquele dia deixei de ser o reflexo dos meus poucos sucessos alcançados e comecei a ser a minha própria luz do meu presente

Aprendi de que nada serve ser luz se não for para iluminar também o caminho da Humanidade

Naquele dia decidi mudar tanta coisa

Aprendi que os sonhos são apenas para transformar em realidade e desde esse dia que não durmo para descansar. Agora apenas durmo para sonhar


Walt Disney

2.6.07


Quando falas verdade para ti próprio, não precisas de abrir a boca.


Ptaah

O SER

Quando falo em amor verdadeiro, falo daquele que faz a pessoa aceitar-se tal e qual ela é, que a faz colocar-se no topo da sua lista de prioridades, que a faz escolher algo que reflicta quem ela realmente é.

Mas não é isso que acontece. As pessoas normalmente vibram pelo medo, fazem escolhas em relação ao que os outros querem ou que as suas religiões mandam. Estão sempre a pensar nos outros e como fariam para viver vidas que não são suas. Focalizam-se fora de si próprios à procura de exemplos para imitar. Imitar não é Ser.

Ser dá muito mais trabalho, porque obedece a uma lógica própria que apenas tem como referência o que tu sentes e intuis que és. Ser é muito mais desconfortável do que corresponder ao que os outros esperam. Ficar à espera que os outros correspondam é muito mais fácil do que compreendê-los e respeitá-los pelas suas escolhas, assim como defenderes as tuas próprias escolhas em consonância com o que és.

Resumindo. Ser é difícil, os outros reclamam, não aceitam que uma pessoa seja (porque fá-los perceber que eles também não são) e criticam. Mas a alegria interior que vivencias de cada vez que consegues escolher por ti, a serenidade de viver com o peito aberto e em constante mutação para te tornares uma pessoa melhor, é mágico e tem a força de mil montanhas. Nunca mais vais depender. Nunca mais vais achar que estás errada e que alguém te vai castigar. Porque no caminho do Ser não há erro. Tudo é evolução.


Alexandra Solnado

21.5.07




Creio nos anjos que andam pelo mundo,

Creio na Deusa com olhos de diamantes,

Creio em amores lunares com pano ao fundo,

Creio nas lendas, nas fadas, nos atlantes,



Creio num engenho que falta mais fecundo

De harmonizar as partes dissonantes,

Creio que tudo é eterno num segundo,

Creio num céu futuro que houve dantes,



Creio nos deuses de um astral mais puro,

Na flor humilde que se encosta ao muro,

Creio na carne que enfeitiça o além,



Creio no incrível, nas coisas assombrosas,

Na ocupação do mundo pelas rosas,

Creio que o Amor tem asas de ouro. Ámen.



Natália Correia


17.5.07

Mas pra ter liberdade de verdade eu aprendi a desaprender o quesó me prendia.
A mente é livre, livre mente, a gente é livre, Deus me livredessa rebeldia que fala e não diz nada.
Ouvi dizer que a vida recomeça a cada dia e aprendi essa piada.
Depois talvez esqueça.
O mundo muda, tudo muda, todo mundo muda

Gabriel o Pensador, Masturbação Mental

9.5.07

Chuang Tzu sonhou que era uma borboleta, uma borboleta a esvoaçar aqui e ali, feliz consigo mesma, fazendo o que lhe agradava. Esqueceu-se completamente de quem era Chuang Tzu. Não mais sabia se ele era o Chuang Tzu que sonhara ser borboleta ou se era a borboleta que sonhara ser Chuang Tzu.

Chuang Tzu (399-295 a.C.)

24.4.07

Esta é a segunda coisa,

a de que, directamente, nada pode ser feito à escuridão. Se quiser fazer alguma coisa à escuridão tem de fazer alguma coisa com a luz, não com a escuridão. Apague a luz e eis que tem a escuridão; acenda a luz e a escuridão já lá não está - mas não pode acender nem apagar a escuridão; não a pode trazer de nenhum lado, não a pode retirar. Se quiser fazer alguma coisa à escuridão tem de ir pela via da luz, tem de ir por uma via indirecta.
Nunca lute com as coisas que não existem. A mente é tentada a lutar, mas essa tentação é perigosa: você vai desperdiça a sua energia e a sua vida e desgastar-se a si mesmo. Não se deixe tentar pela mente; veja apenas se uma coisa tem existência real ou se é apenas uma ausência. Se for uma ausência, então não a combata, então procure o que está em falta - e assim vai estar no caminho certo.


Osho

23.4.07


Há duas maneiras de enfrentar dificuldades.
Alterando as dificuldades ou alterando-te a ti.

Elayne Boosler

17.4.07

Pudesse eu


não ter laços nem limites

Ó vida de mil faces transbordantes,

Pra poder responder aos teus convites,

Suspensos na surpresa dos instantes.


Sophia, Poesia, 1944.

14.4.07


Pensar é ouvir com atenção.


A. Lobo Antunes

11.4.07

se não sabes o que escrever inventa,
pois na invenção está a capacidade de sonhar,
e de amar a própria ignorancia.

Marcelino

10.4.07



Quando tornas uma coisa apresentável, e lhe dás um nome, e todos estão de acordo, ela surge.


From the Navajo, Masked Gods, Waters, 1950

7.4.07

  • The world and the things in it are not just perceived; they are perceived in relation to one's self-concept.

  • Individual needs of personal autonomy, self-definition, authentic life or personal perfection are all translated into the need to possess, and consume, market-offered goods. This translation, however, pertains to the appearance of use value of such goods, rather than to the use value itself; as such, it is intrinsically inadequate and ultimately self-defeating, leading to momentary assuagement of desires and lasting frustration of needs. . . . The gap between human needs and individual desires is produced by market domination; this gap is, at the same time, a condition of its reproduction. The market feeds on the unhappiness it generates: the fears, anxieties and the sufferings of personal inadequacy it induces release the consumer behaviour indispensable to its continuation. [7]

4.4.07

E a melhor maneira de destruir o homem é

destruir a sua espontaneidade de amar.

Se o homem tiver amor não podem haver nações; as nações existem no ódio. Os Indianos odeiam os Paquistaneses, e os Paquistaneses odeiam os Indianos - só assim os dois países podem existir. Se surgir o amor, as fronteiras desaparecerão. Se o amor aparecer, então quem será cristão e quem será judeu? Se o amor aparecer, as religiões desaparecerão.
Se o amor aparecer, quem frequentará o templo?
Para quê?


É por faltar o amor que você procura Deus.
Deus nada mais é do que um substituto para o amor que lhe falta.


E porque você não é ditoso, porque não tem paz, porque não fica em êxtase, procura Deus
- caso contrário, quem se preocuparia?




Se a sua vida for uma dança, Deus já foi alcançado. O coração afectuoso está imbuído de Deus.
Não é preciso procurar, não é preciso orar, não é preciso ir a nenhum templo, a nenhum padre.


Osho, Coragem.

31.3.07

Gente...

x
Que como nós se abre em fina flor

E dá ao mundo a palavra vivida

Nós que sentimos e temos Amor

Como quem ama a própria vida...

Contudo não somos o que dizemos ser

Não sentimos com os olhos a chorar

Choramos a verdade que nos faz crer

Em rios de lágrimas que serão mar...

E nós que somos gente como vós...

Iguais ao que somos quando o olhar

Se queda no eco da própria voz

Para no mundo mais gente deixar

E encantados seguirmos a nossa via

De canto e encanto no mundo ter

Não um rasgo nem estranha melodia

Mas um poema sem fim...

Algo de ti ou de mim...

Tudo o que o Amor faça nascer
[...]


(“GENTE” – um poema colectivo de “Encontros de Entrecampos”, com colaborações de: Ângela Nassim (Lynn), Eliana Mora, Luís Melo, Sónia Regina, Constantino Alves, Miguel Santos, Jorge Vicente, José Félix, Luísa Proença, Joseph Sherman, Alexandra Oliveira, José Gil, Ana Maria Costa, Mónica Correia, Carlos Savasini, Luís Monteiro da Cunha, A. Bittar, Rosangela Aliberti, Fernando Azevedo Corte Real, Xavier Zarco)

*Gente feliz com lágrimas, do título do romance homónimo do escritor João de Melo.

28.3.07



[...] a liberdade não serve nem gosta de ser servida, antes procura

comunicar-se.



Fernando Savater

27.3.07


E dizer-te, cara a cara,

Muito mais é o que nos une

que aquilo que nos separa.


Carlos Tê/Rui Veloso, Primeiro Beijo

26.3.07


Creep where you cannot walk.

Walk where you cannot run.

Run where you cannot fly.

Fly where you cannot bring the whole universe to a standstill within you.

---

Rasteja quando não conseguires andar.

Anda quando não
conseguires correr.

Corre quando não
conseguires voar.

Voa quando não conseguires aquietar o universo inteiro dentro de ti.


O Livro de Mirdad





24.3.07

O único pensamento que vive é aquele que se mantém à temperatura da sua própria destruição.

Dostoyevski

23.3.07

Ainda ontem pensava que não era

mais do que um fragmento trémulo sem ritmo

na esfera da vida.

Hoje sei que sou eu a esfera,

e a vida inteira em fragmentos rítmicos move-se em mim.


Eles dizem-me no seu despertar:

"Tu e o mundo em que vives não passais de um grão de areia

sobre a margem infinita

de um mar infinito."


E no meu sonho eu respondo-lhes:


"Eu sou o mar infinito,

e todos os mundos não passam de grãos de areia

sobre a minha margem."


Só uma vez fiquei mudo.

Foi quando um homem me perguntou:

"Quem és tu?"



Khalil Gibran

22.3.07

Há um ponto no teu ser em que o Universo inteiro presta reverência, é o ponto em que o homem se torna um construtor do infinito, aquele que assenta os tijolos de fogo, aquele que constrói o templo. Onde está a força, a lucidez, a superação dos próprios limites? Onde está aquele sonho que já não tens coragem de enfrentar porque era demasiado belo e a realidade externa se encarregou de garantir que era impossível de manifestar?

A potência construtiva, esta paixão de mais além, vem quando eu não aceito as regras do jogo tridimensional, do jogo do medo e do comodismo, quando eu misturo a criança, o sábio, o revolucionário, o científico e o santo, tudo dentro de mim. O que tu precisas é de voltar a sonhar com um planeta purificado.

André Belém, 2001.

20.3.07

Os problemas não podem ser resolvidos no mesmo nível de consciência que os criou.

Albert Einstein (1879-1955)

16.3.07

The Road Not Taken

Two roads diverged in a yellow wood,

And sorry I could not travel both

And be one traveler, long I stood

And looked down one as far as I could

To where it bent in the undergrowth;


Then took the other, as just as fair,

And having perhaps the better claim,

Because it was grassy and wanted wear;

Though as for that the passing there

Had worn them really about the same,


And both that morning equally lay

In leaves no step had trodden black.

Oh, I kept the first for another day!

Yet knowing how way leads on to way,

I doubted if I should ever come back.


I shall be telling this with a sigh

Somewhere ages and ages hence:

Two roads diverged in a wood, and I—

I took the one less travelled by,

And that has made all the difference.


Robert Frost, Mountain Interval, 1920.

14.3.07

em qualquer dos casos estarás certo.

Quer penses que podes ou que não podes,

desconhecido, mas sábio :)

13.3.07



Surely he who is worthy to receive his days and his nights is worthy of all else from you.


Toda a pessoa que é digna de receber os seus dias e as suas noites é, certamente, digna de tudo o mais de ti.


Khalil Gibran, O Profeta, 1923.

8.3.07

Um dia, gastos, voltaremos

A viver livres como os animais

E mesmo tão cansados floriremos

Irmãos vivos do mar e dos pinhais.


O vento levará os mil cansaços

Dos gestos agitados irreais

E há-de voltar aos nosso membros lassos

A leve rapidez dos animais.


Só então poderemos caminhar

Através do mistério que se embala

No verde dos pinhais na voz do mar

E em nós germinará a sua fala.


Sophia

7.3.07

A verdadeira questão não é a coragem, a verdadeira questão é o conhecido ser aquilo que está morto e o desconhecido ser aquilo que está vivo.

Osho, Coragem