21.4.10

The Sunlight on the Garden

The sunlight on the garden
Hardens and grows cold,
We cannot cage the minute
Within its nets of gold,
When all is told
We cannot beg for pardon.

Our freedom as free lances
Advances towards its end;
The earth compels, upon it
Sonnets and birds descend;
And soon, my friend,
We shall have no time for dances.

The sky was good for flying
Defying the church bells
And every evil iron
Siren and what it tells:
The earth compels,
We are dying, Egypt, dying

And not expecting pardon,
Hardened in heart anew,
But glad to have sat under
Thunder and rain with you,
And grateful too
For sunlight on the garden.

Louis MacNeice

13.4.10

O que é ser Real?

O que é ser Real? – perguntou um dia o Coelho, quando se encontravam deitados lado a lado, perto do resguardo da lareira do quarto das crianças (…) será ter coisas dentro de nós e, do lado de fora, o manípulo do mecanismo que o faz funcionar?
Ser Real não tem a ver com a forma como és feito – disse o Cavalo – é uma coisa que te acontece. Quando uma criança gosta de ti durante muito, muito tempo, não apenas para brincar, mas porque realmente gosta de ti, então tornas-te Real
Isso magoa? – perguntou o Coelho.
Às vezes – respondeu o Cavalo, porque dizia sempre a verdade – mas quando se é Real, não nos importamos que nos magoem
Acontece assim de repente, como quando se dá corda, ou a pouco a pouco? – interrogou o Coelho.
Não acontece tudo de uma vez – disse o Cavalo – vai acontecendo. Demora muito tempo. Por isso não sucede com muita frequência às pessoas que são frágeis, muito nervosas ou que têm que ser tratadas com muito cuidado. Em geral, quando finalmente conseguimos ser reais o nosso pelo já caiu quase todo, de tantos carinhos e afagos que nos fizeram. E os nossos olhos descaem, ficamos muito puídos e com as articulações moles. Mas nada disso é importante, porque a partir da altura em que se é Real não se pode ser feio, excepto aos olhos de quem não compreende.
- Suponho que sejas Real – prosseguiu o Coelho, logo se arrependendo do que disse, por pensar que o Cavalo podia ficar sentido. Mas ele apenas sorriu.
O tio do rapaz tornou-me Real – disse – Isso foi há muitos, muitos anos, mas uma vez que se é Real, nunca mais se deixa de o ser. Dura para sempre.

Margery Williams – Velveteen Rabbit (excerto)

História contada pela Meryl Streep (em inglês; esta parte está pelo minuto 4)