28.6.06

São apenas palpites e suposições

For most of us, there is only the unattended
Moment, the moment in and out of time,
The distraction fit, lost in a shaft of sunlight,
The wild thyme unseen, or the winter lightning,
Or the waterfall, or music heard so deeply
That it is not heard at all, but you are the music
While the music lasts. These are only hints and guesses,
Hints followed by guesses; and the rest
Is prayer, observance, discipline, thought and action.
The hint half guessed, the gift half understood, is Incarnation.



[Para a maior parte de nós, existe apenas o inesperado

Momento, o momento dentro e fora do tempo,

A distracção justa, perdida num feixe de luz solar,

O tomilho bravio adivinhado, ou o relâmpago invernil,

Ou a queda de água, ou música ouvida tão atentamente,

que deixa de ser escutada, mas tu és a música,

Enquanto a música continua. São apenas palpites e suposições,

Palpites seguidos de suposições; tudo o resto

É oração, observância, disciplina, pensamento e acção.

O palpite semi-adivinhado, o presente semi-compreendido, é Incarnação.]


T.S. Eliot, "The Dry Salvages," in Four Quartets, 1941.

26.6.06




Concedei-nos Senhor

Serenidade para aceitar as coisas que não podemos mudar,

Coragem para modificar aquelas que podemos,

e Sabedoria para distinguirmos umas das outras.


Rehold Niebhur

uma forma deturpada de orgulho

Ainda que muitas vezes abusem dela, e com maldade, a grande beleza da doutrina cristã talvez seja a sua abordagem à compreensão do pecado. É uma abordagem com duas faces.
Por um lado, insiste na nossa natureza humana pecaminosa. Portanto, qualquer cristão genuíno se considerará um pecador. O facto de tantos supostos e manifestamente devotos "cristãos" não se considerarem, no fundo, pecadores, não deve ser tomado como uma falha da doutrina, mas apenas uma falha do indivíduo na sua tentativa de estar à altura desta. Mais será dito sobre a maldade com disfarce cristão.
Por outro lado, a doutrina cristã insiste também em como somos todos perdoados pelos nossos pecados, pelo menos quando sentimos arrependimento por eles. Compreendendo a extensão do nosso carácter pecaminoso, sentir-nos-íamos provavelmente assolados pelo desespero, se não acreditássemos simultaneamente na natureza misericordiosa e piedosa do Deus cristão. Assim a Igreja quando sã, afirma que remoer interminavelmente todos os pecados que se cometeram, por menores que sejam (um processo denominado "escrúpulo excessivo") é, em si, um pecado.
Já que Deus nos perdoa, não nos perdoarmos é considerarmo-nos maiores que Deus, cedendo assim ao pecado de uma forma deturpada de orgulho.

in Gente da Mentira, M. Scott Peck, 1985.

13.6.06

O Livro de Mirdad, de Mikhail Naimy


Uma folha amarela na vossa árvore da vida é apenas uma folha à qual falta Amor.

Não culpeis a folha amarela.


Um ramo ressequido é apenas um ramo faminto de Amor.

Não culpeis o ramo ressequido.


Um fruto podre é somente um fruto que foi amamentado com ódio.

Não culpeis o fruto podre.


Culpai antes o vosso coração cego e egoísta que repartiu a seiva da vida por uns poucos e a negou a muitos, negando-a assim a si mesmo.


Mikhail Naimy, The Book of Mirdad: The Strange Story of a Monastery Which Was Once Called the Ark , 1962.

7.6.06

...Aproxima-te de Mim. Aproxima-te de Mim!

Faz o que sabes.
Faz o que tens de fazer.
Faz o que for preciso.

Reza um terço.
Beija uma pedra.
Curva-te para o Oriente.
Entoa um cântico.
Balança um pêndulo.
Testa um músculo.
Ou escreve um livro.

Faz o que for preciso .

Cada um de vocês tem a sua própria interpretação. Cada um de vocês Me entendeu - Me criou - à sua própria maneira.
Para alguns sou um homem. Para alguns sou uma mulher. Para alguns sou ambos.
Para alguns, não sou nem uma coisa nem outra.
Para alguns de vocês sou energia pura.
Para alguns, o sentimento supremo, a que chamam amor.
E alguns de vocês não fazem ideia do que Eu sou.
Sabem simplesmente que EU SOU.
E assim é.

EU SOU.

Sou o vento que vos roça os cabelos. Sou o Sol que vos aquece o corpo. Sou a chuva que vos dança no rosto. Sou o aroma das flores no ar e sou as flores que exalam a sua fragrância.
Sou o ar que transporta essa fragrância.


Sou o princípio do vosso primeiro pensamento.


Sou o fim do último.



Sou a ideia que iluminou o vosso momento mais sublime.



Sou a glória da sua realização.








Sou o sentimento que alimentou a coisa mais amorosa que jamais fizeram.









Sou a parte de vós que anseia por esse sentimento repetidamente.







(in Conversas com Deus 2, Neale Donald Walsh)

Eu sempre te disse que as pessoas deviam seguir os seus sonhos, mas nunca te disse porquê.


É simples.

As pessoas não devem seguir os seus sonhos para serem mais felizes. Nem para se tornarem completas.

Nem para evitarem as frustrações ou corrigirem o medo.

As pessoas devem seguir os seus sonhos por uma única razão.

Todo o ser humano vem à terra com uma missão.

Mas, independentemente da missão particular de cada um, existe a missão da raça humana.

O motivo básico e inicial da presença dos homens na terra.

A capacidade de exporem a vossa alma.

A capacidade de levar o divino à matéria, entrecruzar os mundos com energias penetrantes.

De cada vez que um homem expõe a sua alma, ele está a levar Deus à terra, a fazer o percurso sagrado.

E o percurso sagrado, a presença de Deus na terra, só se alcança fazendo a alma do homem brilhar.

E o que é que faz brilhar mais a alma de um homem do que o seu sonho?


(in quem quiser saber q pergunte :)

1.6.06



Comove-me esta porta


Gostaria de a abrir


e de entrar



Maria Gabriela Llansol, Onde vais, drama-poesia?