1.10.08
29.9.08
Tatuagens
Em cada gesto perdido
Tu és igual a mim
Em cada ferida que sara
Escondida do mundo
Eu sou igual a ti
Fazes pintura de guerra
Que eu não sei apagar
Pintas o sol da cor da terra
E a lua da cor do mar
Em cada grito da alma
Eu sou igual a ti
De cada vez que um olhar
Te alucina e te prende
Tu és igual a mim
Fazes pinturas de sonhos
Pintas o sol na minha mão
E és mistura de vento e lama
Entre os luares perdidos no chão
Em cada noite sem rumo
Tu és igual a mim
De cada vez que procuro
Preciso um abrigo
Eu sou igual a ti
Faço pinturas de guerra
Que eu não sei apagar
E pinto a lua da cor da terra
E o sol da cor do mar
Em cada grito afundado
Eu sou igual a ti
De cada vez que a tremura
Desata o desejo
Tu és igual a mim
Faço pinturas de sonhos
E pinto a lua na tua mão
Misturo o vento e a lama
Piso os luares perdidos no chão
Mafalda Veiga
22.9.08
Tradição
Gustav Mahler
em http://www.rodobalho.com/
6.9.08
27.8.08
6.8.08
Throw it away
I think about the life I live
A figure made of clay
And I think about the things I lost
The things I gave away
When I'm in a certain mood
I search the halls and, look,
One night I found these magic words
In a magic book
Throw it away, throw it away
Give your love, live your life
Each and every day
And keep your hand wide open
Let the sun shine through
Cause you can never lose a thing
If it belongs to you
There's a hand that rocks the cradle
And a hand to help us stand
With a gentle kind of motion
As it moves across the land
And hands unclenched and opened
Gifts of life and love it brings
So keep your hand wide open
If you're needing anything
Throw it away
Throw it away
Give your love, live your life
Each and every day
And keep your hand wide open
Let the sun shine through
Cause you can never lose a thing
If it belongs to you
There's a natural obligation
To what we own and claim
Possessing and belonging to
Acknowledging a name
So keep your hand wide open
If you're needing love today
Cause you can't lose it even if
You throw it all away
You can throw it away
You can throw it away
Give your life, live your love
Each and every day
And keep your hand wide open
Let the sun come through
Cause you can never lose a thing
If it belongs to you
Abbey Lincoln
19.3.08
20.1.08
8.1.08
Drying in the colour of the evening sun
Tomorrow's rain will wash the stains away
But something in our minds will always stay
Perhaps this final act was meant
To clinch a lifetime's argument
That nothing comes from violence
and nothing ever could
For all those born beneath an angry star
Lest we forget how fragile we are
Fragile - Sting, Fields of Gold
5.1.08
2.1.08
Coragem
É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos.
Pessoa
19.12.07
18.12.07
Habitat
própria entrada:
Eis o único momento
de posse possível.
Marta Bernardes, in Arquivo de Nuvens
8.11.07
Para que serve então a Utopia?
Avanço dois passos e ela afasta-se dois passos.
Avanço dez passos e o horizonte distancia-se de mim dez passos.
Posso ir tão longe quanto quiser:
Nunca lá chegarei.
Para que serve então a utopia?
Para isso mesmo... para avançarmos.
Eduardo Galeano
7.11.07
The Voiceless
We count the broken lyres that rest
Where the sweet wailing singers slumber,
But o'er their silent sister's breast
The wild-flowers who will stoop to number?
A few can touch the magic string,
And noisy Fame is proud to win them:
Alas for those that never sing,
But die with all their music in them!
Nay, grieve not for the dead alone
Whose song has told their hearts' sad story,--
Weep for the voiceless, who have known
The cross without the crown of glory!
Not where Leucadian breezes sweep
O'er Sappho's memory-haunted billow,
But where the glistening night-dews weep
On nameless sorrow's churchyard pillow.
O hearts that break and give no sign
Save whitening lip and fading tresses,
Till Death pours out his longed-for wine
Slow-dropped from Misery's crushing presses,--
If singing breath or echoing chord
To every hidden pang were given,
What endless melodies were poured,
As sad as earth, as sweet as heaven!
Oliver Wendell Holmes, 1858
23.10.07
22.10.07
The Little Portress
Upon her spirit: silence seems
To look out from its place of dreams
When suddenly she lifts her eyes
To waken, for a little space,
The smile asleep upon her face.
A thousand years of sun and shower,
The melting of unnumbered snows
Go to the making of the rose
Which blushes out its little hour.
So old is Beauty: in its heart
The ages seem to meet and part.
Like Beauty's self, she holds a clear
Deep memory of hidden things -
The music of forgotten springs -
So far she travels back, so near
She seems to stand to patient truth
As old as Age, as young as Youth.
That is her window, by the gate.
Now and again her figure flits
Across the wall. Long hours she sits
Within: on all who come to wait.
Her Saviour too is hanging there
A foot or so above her chair.
'Soeur Marie de l'Enfant Jésus,'
You wrote it in my little book -
Your shadow-name. Your shadow-look
Is dimmer and diviner too,
But not to keep: it slips so far
Beyond us to that golden bar
Where angels, watching from their stair,
Half-envy you your tranquil days
Of prayer as exquisite as praise, -
Grey twilights softer than their glare
Of glory: all sweet human things
Which vanish with the whirr of wings.
Yet will you, when you wing your way
To whiter worlds, more whitely shine
Or shed a radiance more divine
Than here you shed from day to day -
High is His heaven a quiet star,
Be nearer God than now you are?
Charlotte Mew
15.10.07
Continuará o jardim, o céu e o mar,
E como hoje igualmente hão-de bailar
As quatro estações à minha porta.
Outros em Abril passarão no pomar
Em que eu tantas vezes passei,
Haverá longos poentes sobre o mar,
Outros amarão as coisas que eu amei.
Será o mesmo brilho, a mesma festa,
Será o mesmo jardim à minha porta,
E os cabelos doirados da floresta,
Como se eu não estivesse morta.
Sophia
10.10.07
7.10.07
Isto porque acredito que
Maria José Costa Félix
1.10.07
30.9.07
será?
Arte de amar
Se queres sentir a felicidade de amar,
Esquece a tua alma
A alma é que estraga o amor
Só em Deus ela pode encontrar
Satisfação
Não noutra alma
As almas são incomunicáveis
Deixa teu corpo entender-se
Com outro corpo
Porque os corpos se entendem,
Mas as almas não.
Manuel Bandeira
19.9.07
A verdade é que
Conversas com Deus, p. 39
18.9.07
Consoada
Quando a indesejada das gentes chegar
(Não sei se dura ou caroável),
Talvez eu tenha medo.
Talvez sorria, ou diga:
Alô, iniludível!
O meu dia foi bom, pode a noite descer.
(A noite com seus sortilégios).
Encontrará lavrado o campo, a casa limpa,
A mesa posta, com cada coisa em seu lugar.
Manoel Bandeira
16.9.07
3.9.07
Meu fado meu
Canto a noite até ser dia
Do meu povo trago pranto
No meu canto a Mouraria
Tenho saudades de mim
Do meu amor, mais amado
Eu canto um país sem fim
O mar, a terra, o meu fado
Meu fado, meu fado, meu fado, meu fado
De mim só me falto eu
Senhora da minha vida
Do sonho, digo que é meu
E dou por mim já nascida
Trago um fado no meu canto
Na minh'alma vem guardado
Vem por dentro do meu espanto
A procura do meu fado
Meu fado, meu fado, meu fado, meu fado
de Paulo de Carvalho, cantado por Mariza
30.8.07
Impressão Digital
Os meus olhos são uns olhos,
e é com esses olhos uns
que eu vejo no mundo escolhos,
onde outros, com outros olhos,
não vêem escolhos nenhuns.
Quem diz escolhos, diz flores!
De tudo o mesmo se diz!
Onde uns vêem luto e dores,
uns outros descobrem cores
do mais formoso matiz.
Pelas ruas e estradas
onde passa tanta gente,
uns vêem pedras pisadas,
mas outros gnomos e fadas
num halo resplandecente!!
Inútil seguir vizinhos,
querer ser depois ou ser antes.
Cada um é seus caminhos!
Onde Sancho vê moinhos,
D.Quixote vê gigantes.
Vê moinhos? São moinhos!
Vê gigantes? São gigantes!
António Gedeão
28.8.07
Por quanto é sem fim
Do vale à montanha
Da montanha ao monte
Cavalo de sombra
Cavaleiro monge
Por casas, por prados
Por quintas, por fontes
Caminhais aliados
Do vale à montanha
Da montanha ao monte
Cavalo de sombra
Cavaleiro monge
Por penhascos pretos
Atrás e defronte
Caminhais secretos
Do vale à montanha
Da montanha ao monte
Cavalo de sombra
Cavaleiro monge
Por prados desertos
Sem ter horizontes
Caminhais libertos
Caminhais libertos
Caminhais libertos
Do vale à montanha
Da montanha ao monte
Cavalo de sombra
Cavaleiro monge
Por ínvios caminhos
Por rios sem ponte
Caminhais sozinhos
Do vale à montanha
Da montanha ao monte
Cavalo de sombra
Cavaleiro monge
Por quanto é sem fim
Sem ninguém que o conte
Caminhais em mim.
Do vale à montanha
Da montanha ao monte
Cavalo de sombra
Cavaleiro monge
Por prados desertos
Sem ter horizontes
Caminhais libertos
Sem ter horizontes
Caminhais libertos
Cavalo de sombra
Cavaleiro monge
Por quanto é sem fim
Sem ninguém que o conte
Caminhais em mim
Cavaleiro monge
Por penhascos pretos
Por rios sem ponte
Caminhais em mim
Fernando Pessoa, in Cancioneiro, 1932
26.7.07
Practice and the Butterfly
The life history of a butterfly is similar to our practice. We have some misconceptions about both, however. We may imagine, for example, that because butterflies are pretty, their life in the cocoon before they emerge is also pretty. We don't realize all that the worm must go through in order to become a butterfly. Similarly, when we begin to practice, we don't realize the long and difficult transformation required of us. We have to see through our pursuit of outward things, the false gods of pleasure and security. We have to stop gobbling this and pursuing that in our shortsighted way, and simply relax into the cocoon, into the darkness of the pain that is our life. Such practice requires years of our lives. Unlike the butterfly, we don't emerge once and for all.
Charlotte Joko Beck
20.7.07
Agora o braço não é mais o braço
Agora o braço é uma linha, um traço,
um rastro espelhado e brilhante.
E todas as figuras são assim:
desenhos de luz, agrupamentos de pontos,
de partículas, um quadro de impulsos,
um processamento de sinais.
E assim - dizem - recontam a vida.
Agora retiram de mim a cobertura de carne,
escorrem todo o sangue, afinam os ossos
em fios luminosos e aí estou
pelo salão, pelas casas, pelas cidades,
parecida comigo.
Um rascunho,
uma forma nebulosa feita de luz e sombra
como uma estrela. Agora eu sou uma estrela.
Texto publicado na contracapa de "Trem Azul", Elis Regina, 1982.
28.6.07
Nature that framed us of four elements,
Warring within our breasts for regiment,
Doth teach us all to have aspiring minds:
Our souls, whose faculties can comprehend
The wondrous architecture of the world,
And measure every wandering planet's course,
Still climbing after knowledge infinite,
And always moving as the restless spheres,
Will us to wear ourselves, and never rest,
Until we reach the ripest fruit of all,
That perfect bliss and sole felicity,
The sweet fruition of an earthly crown.
Christopher Marlowe
11.6.07
9.6.07
sonhar
Assim, depois de muito esperar, um dia como qualquer outro decidi triunfar
Decidi não ficar à espera das oportunidades e fui procurá-las
Decidi ver cada problema como a oportunidade de encontrar uma solução
Decidi ver cada deserto como a oportunidade de encontrar um oásis
Decidi ver cada noite como um mistério a resolver
Decidi ver cada dia como a oportunidade de ser Feliz
Aquele dia,
Descobri que o meu único rival eram apenas as minhas debilidades e que estas são a única e melhor forma de me superar
Aquele dia deixei de ter medo de perder e comecei a ter medo de não ganhar
Descobri que não era o melhor e que talvez nunca o tenha sido
Deixou de me importar quem ganhara ou quem perdera
Agora simplesmente me importa ser melhor que ontem
Aprendi que o difícil não é chegar ao topo, mas sim nunca deixar de subir
Aprendi que o maior sucesso que posso alcançar é o ter direito de chamar a alguém de "AMIGO"
Descobri que o amor é mais do que uma simples paixão
O amor é uma filosofia de vida
Aquele dia deixei de ser o reflexo dos meus poucos sucessos alcançados e comecei a ser a minha própria luz do meu presente
Aprendi de que nada serve ser luz se não for para iluminar também o caminho da Humanidade
Naquele dia decidi mudar tanta coisa
Aprendi que os sonhos são apenas para transformar em realidade e desde esse dia que não durmo para descansar. Agora apenas durmo para sonhar
Walt Disney
2.6.07
O SER
Quando falo em amor verdadeiro, falo daquele que faz a pessoa aceitar-se tal e qual ela é, que a faz colocar-se no topo da sua lista de prioridades, que a faz escolher algo que reflicta quem ela realmente é.
Mas não é isso que acontece. As pessoas normalmente vibram pelo medo, fazem escolhas em relação ao que os outros querem ou que as suas religiões mandam. Estão sempre a pensar nos outros e como fariam para viver vidas que não são suas. Focalizam-se fora de si próprios à procura de exemplos para imitar. Imitar não é Ser.
Ser dá muito mais trabalho, porque obedece a uma lógica própria que apenas tem como referência o que tu sentes e intuis que és. Ser é muito mais desconfortável do que corresponder ao que os outros esperam. Ficar à espera que os outros correspondam é muito mais fácil do que compreendê-los e respeitá-los pelas suas escolhas, assim como defenderes as tuas próprias escolhas em consonância com o que és.
Resumindo. Ser é difícil, os outros reclamam, não aceitam que uma pessoa seja (porque fá-los perceber que eles também não são) e criticam. Mas a alegria interior que vivencias de cada vez que consegues escolher por ti, a serenidade de viver com o peito aberto e em constante mutação para te tornares uma pessoa melhor, é mágico e tem a força de mil montanhas. Nunca mais vais depender. Nunca mais vais achar que estás errada e que alguém te vai castigar. Porque no caminho do Ser não há erro. Tudo é evolução.
Alexandra Solnado
21.5.07
17.5.07
A mente é livre, livre mente, a gente é livre, Deus me livredessa rebeldia que fala e não diz nada.
Ouvi dizer que a vida recomeça a cada dia e aprendi essa piada.
Depois talvez esqueça.
O mundo muda, tudo muda, todo mundo muda
Gabriel o Pensador, Masturbação Mental
9.5.07
Chuang Tzu sonhou que era uma borboleta, uma borboleta a esvoaçar aqui e ali, feliz consigo mesma, fazendo o que lhe agradava. Esqueceu-se completamente de quem era Chuang Tzu. Não mais sabia se ele era o Chuang Tzu que sonhara ser borboleta ou se era a borboleta que sonhara ser Chuang Tzu.
Chuang Tzu (399-295 a.C.)24.4.07
Esta é a segunda coisa,
Nunca lute com as coisas que não existem. A mente é tentada a lutar, mas essa tentação é perigosa: você vai desperdiça a sua energia e a sua vida e desgastar-se a si mesmo. Não se deixe tentar pela mente; veja apenas se uma coisa tem existência real ou se é apenas uma ausência. Se for uma ausência, então não a combata, então procure o que está em falta - e assim vai estar no caminho certo.
Osho
23.4.07
17.4.07
Pudesse eu
não ter laços nem limites
Ó vida de mil faces transbordantes,
Pra poder responder aos teus convites,
Suspensos na surpresa dos instantes.
14.4.07
11.4.07
10.4.07
7.4.07
The world and the things in it are not just perceived; they are perceived in relation to one's self-concept.
Individual needs of personal autonomy, self-definition, authentic life or personal perfection are all translated into the need to possess, and consume, market-offered goods. This translation, however, pertains to the appearance of use value of such goods, rather than to the use value itself; as such, it is intrinsically inadequate and ultimately self-defeating, leading to momentary assuagement of desires and lasting frustration of needs. . . . The gap between human needs and individual desires is produced by market domination; this gap is, at the same time, a condition of its reproduction. The market feeds on the unhappiness it generates: the fears, anxieties and the sufferings of personal inadequacy it induces release the consumer behaviour indispensable to its continuation. [7]
4.4.07
E a melhor maneira de destruir o homem é
Se o homem tiver amor não podem haver nações; as nações existem no ódio. Os Indianos odeiam os Paquistaneses, e os Paquistaneses odeiam os Indianos - só assim os dois países podem existir. Se surgir o amor, as fronteiras desaparecerão. Se o amor aparecer, então quem será cristão e quem será judeu? Se o amor aparecer, as religiões desaparecerão.
Se o amor aparecer, quem frequentará o templo?
Para quê?
É por faltar o amor que você procura Deus.
Deus nada mais é do que um substituto para o amor que lhe falta.
E porque você não é ditoso, porque não tem paz, porque não fica em êxtase, procura Deus
- caso contrário, quem se preocuparia?
Se a sua vida for uma dança, Deus já foi alcançado. O coração afectuoso está imbuído de Deus.
Não é preciso procurar, não é preciso orar, não é preciso ir a nenhum templo, a nenhum padre.
Osho, Coragem.