Alterando as dificuldades ou alterando-te a ti.
Elayne Boosler
The world and the things in it are not just perceived; they are perceived in relation to one's self-concept.
Individual needs of personal autonomy, self-definition, authentic life or personal perfection are all translated into the need to possess, and consume, market-offered goods. This translation, however, pertains to the appearance of use value of such goods, rather than to the use value itself; as such, it is intrinsically inadequate and ultimately self-defeating, leading to momentary assuagement of desires and lasting frustration of needs. . . . The gap between human needs and individual desires is produced by market domination; this gap is, at the same time, a condition of its reproduction. The market feeds on the unhappiness it generates: the fears, anxieties and the sufferings of personal inadequacy it induces release the consumer behaviour indispensable to its continuation. [7]
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Que como nós se abre em fina flor
E dá ao mundo a palavra vivida
Nós que sentimos e temos Amor
Como quem ama a própria vida...
Contudo não somos o que dizemos ser
Não sentimos com os olhos a chorar
Choramos a verdade que nos faz crer
Em rios de lágrimas que serão mar...
E nós que somos gente como vós...
Iguais ao que somos quando o olhar
Se queda no eco da própria voz
Para no mundo mais gente deixar
E encantados seguirmos a nossa via
De canto e encanto no mundo ter
Não um rasgo nem estranha melodia
Mas um poema sem fim...
Algo de ti ou de mim...
Tudo o que o Amor faça nascer
[...]
(“GENTE” – um poema colectivo de “Encontros de Entrecampos”, com colaborações de: Ângela Nassim (Lynn), Eliana Mora, Luís Melo, Sónia Regina, Constantino Alves, Miguel Santos, Jorge Vicente, José Félix, Luísa Proença, Joseph Sherman, Alexandra Oliveira, José Gil, Ana Maria Costa, Mónica Correia, Carlos Savasini, Luís Monteiro da Cunha, A. Bittar, Rosangela Aliberti, Fernando Azevedo Corte Real, Xavier Zarco)
Ainda ontem pensava que não era
mais do que um fragmento trémulo sem ritmo
na esfera da vida.
Hoje sei que sou eu a esfera,
e a vida inteira em fragmentos rítmicos move-se em mim.
Eles dizem-me no seu despertar:
"Tu e o mundo em que vives não passais de um grão de areia
sobre a margem infinita
de um mar infinito."
E no meu sonho eu respondo-lhes:
"Eu sou o mar infinito,
e todos os mundos não passam de grãos de areia
sobre a minha margem."
Só uma vez fiquei mudo.
Foi quando um homem me perguntou:
"Quem és tu?"
Khalil Gibran
Há um ponto no teu ser em que o Universo inteiro presta reverência, é o ponto em que o homem se torna um construtor do infinito, aquele que assenta os tijolos de fogo, aquele que constrói o templo. Onde está a força, a lucidez, a superação dos próprios limites? Onde está aquele sonho que já não tens coragem de enfrentar porque era demasiado belo e a realidade externa se encarregou de garantir que era impossível de manifestar?
A potência construtiva, esta paixão de mais além, vem quando eu não aceito as regras do jogo tridimensional, do jogo do medo e do comodismo, quando eu misturo a criança, o sábio, o revolucionário, o científico e o santo, tudo dentro de mim. O que tu precisas é de voltar a sonhar com um planeta purificado.
André Belém, 2001.
Two roads diverged in a yellow wood,
And sorry I could not travel both
And be one traveler, long I stood
And looked down one as far as I could
To where it bent in the undergrowth;
Then took the other, as just as fair,
And having perhaps the better claim,
Because it was grassy and wanted wear;
Though as for that the passing there
Had worn them really about the same,
And both that morning equally lay
In leaves no step had trodden black.
Oh, I kept the first for another day!
Yet knowing how way leads on to way,
I doubted if I should ever come back.
I shall be telling this with a sigh
Somewhere ages and ages hence:
Two roads diverged in a wood, and I—
I took the one less travelled by,
And that has made all the difference.
Robert Frost, Mountain Interval, 1920.
A viver livres como os animais
E mesmo tão cansados floriremos
Irmãos vivos do mar e dos pinhais.
O vento levará os mil cansaços
Dos gestos agitados irreais
E há-de voltar aos nosso membros lassos
A leve rapidez dos animais.
Só então poderemos caminhar
Através do mistério que se embala
No verde dos pinhais na voz do mar
E em nós germinará a sua fala.
Sophia
Um grupo de baleias permanecia como longos Budas estirados no mar.
A minha irmã e eu encostámos as orelhas ao fundo do barco para ouvirmos as suas canções.
Virámo-nos para o avô e perguntámos:
- O que significam estas canções?
- As baleias não cantam por saberem a resposta – disse – cantam por saberem a canção.
Cinzas e Neve, Gregory Colbert.
Se neste momento houver alguma coisa que queres experimentar na tua vida não a desejes, escolhe-a.
Neale Donald Walsch
És o teu desejo mais profundo.
Como é o teu desejo, assim é a tua intenção.
Como é a tua intenção, assim é a tua vontade.
Como é a tua vontade, assim é a tua acção.
Como é a tua acção, assim é o teu destino.
Brihadaranyaka - Upanishad IV
A maior tarefa da Pessoa é dar-se à luz, tornar-se no que potencialmente é.
Erich Fromm
Quando um macaco subia a escada para apanhar as bananas, os cientistas lançavam um jacto de água fria nos que estavam no chão.
Depois de certo tempo, quando um macaco ia subir a escada os outros enchiam-no de pancada.
Passado mais algum tempo, nenhum macaco subia à escada, apesar da tentação das bananas.
Então, os cientistas substituíram um dos cinco macacos. A primeira coisa que ele fez foi subir a escada, dela sendo rapidamente retirado pelos outros, que lhe bateram.
Depois de algumas surras, o novo integrante do grupo já não subia à escada.
Um segundo foi substituído, e o mesmo ocorreu, tendo o primeiro substituto participado, com entusiasmo, na surra ao novato.
Um terceiro foi trocado, e repetiu-se o facto.
Um quarto e, finalmente, o último dos veteranos foi substituído.
Os cientistas ficaram, então, com um grupo de cinco macacos que, mesmo nunca tendo tomado um duche gelado, continuavam a bater naquele que tentasse chegar às bananas.
Se fosse possível perguntar a algum deles porque batiam em quem tentasse subir a escada, com certeza a resposta seria:
"Não sei, as coisas sempre foram assim por aqui..."
Não percas a oportunidade de, de vez em quando, te questionares porque fazes algumas coisas sem pensar...
"É MAIS FÁCIL DESINTEGRAR UM ÁTOMO DO QUE UM PRECONCEITO"
(Albert Einstein)
não existe nada mais importante do que isso. Espera, fica ali sozinh@, e deixa que a noite aja.
Se tiveres medo, treme.
[...] Segue as indicações do medo. É a direcção delas que precisas de seguir. O medo é simplesmente um desafio. Ele chama-te: “anda!”.
Osho
E Almitra disse:
Fala-nos do Amor:
- Quando o amor vos fizer sinal, segui-o;
ainda que os seus caminhos sejam duros e difíceis.
E quando as suas asas vos envolverem, entregai-vos;
ainda que a espada escondida na sua plumagem
vos possa ferir.
E quando vos falar, acreditai nele;
apesar de a sua voz
poder quebrar os vossos sonhos
como o vento norte ao sacudir os jardins.
Porque assim como o vosso amor
vos engrandece, também deve crucificar-vos
E assim como se eleva à vossa altura
e acaricia os ramos mais frágeis
que tremem ao sol,
também penetrará até às raízes
sacudindo o seu apego à terra.
Como braçadas de trigo vos leva.
Malha-vos até ficardes nus.
Passa-vos pelo crivo
para vos livrar do joio.
Mói-vos até à brancura.
Amassa-vos até ficardes maleáveis.
Então entrega-vos ao seu fogo,
para poderdes ser
o pão sagrado no festim de Deus.
Tudo isto vos fará o amor,
para poderdes conhecer os segredos
do vosso coração,
e por este conhecimento vos tornardes
o coração da Vida.
Mas, se no vosso medo,
buscais apenas a paz do amor,
o prazer do amor,
então mais vale cobrir a nudez
e sair do campo do amor,
a caminho do mundo sem estações,
onde podereis rir,
mas nunca todos os vossos risos,
e chorar,
mas nunca todas as vossas lágrimas.
O amor só dá de si mesmo,
e só recebe de si mesmo.
O amor não possui
nem quer ser possuído.
Porque o amor basta ao amor.
E não penseis
que podeis guiar o curso do amor;
porque o amor, se vos escolher,
marcará ele o vosso curso.
O amor não tem outro desejo
senão consumar-se.
Mas se amarem e tiverem desejos,
deverão ser estes:
Fundir-se e ser um regato corrente
a cantar a sua melodia à noite.
Conhecer a dor da excessiva ternura.
Ser ferido pela própria inteligência do amor,
e sangrar de bom grado e alegremente.
Acordar de manhã com o coração cheio
e agradecer outro dia de amor.
Descansar ao meio-dia
e meditar no êxtase do amor.
Voltar a casa ao crepúsculo
e adormecer tendo no coração
uma prece pelo bem amado,
e na boca, um canto de louvor.
Khalil Gibran, O Profeta, 1923.
Reconhece os olhos e os corações que reacendem a lembrança de uma confiança sagrada.
Faz votos por que seja longa a viagem,
Cheia de aventuras, cheia de experiências.
E quanto aos Lestrigões, quanto aos Ciclopes
O irado Poséidon, não os temas,
Disso não verás nunca no teu caminho,
Se o teu pensar guardares alto, e uma nobre
Emoção tocar tua mente e corpo.
E nem os Lestrigões, nem os Ciclopes,
Nem o fero Poséidon hás-de ver,
Se dentro d’alma não os transportares,
Se não tos puser a alma à tua frente.
Faz votos por que seja longa a viagem.
As manhãs de verão que sejam muitas
Em que o prazer te invada e a alegria
Ao entrares em portos nunca vistos;
Hás-de parar nas lojas dos fenícios
Para mercar os mais belos artigos:
Ébano, corais, âmbar, madrepérolas,
E sensuais perfumes de todas as sortes,
E quanto houver de aromas deleitosos;
Vai a muitas cidades do Egipto
Aprender e aprender com os doutores.
Ítaca guarda sempre em tua mente.
Hás-de lá chegar, é o teu destino.
Mas a viagem, não a apresses nunca.
Melhor será que muitos anos dure
E que já velho aportes à tua ilha
Rico do que ganhaste no caminho
Não esperando de Ítaca riquezas.
Ítaca te deu essa bela viagem.
Sem ela não te punhas a caminho.
Não tem, porém, mais nada que te dar.
E se a fores achar pobre, não te enganou.
Tão sábio te tornaste, tão experiente,
Que percebes enfim que significam Ítacas.
Konstatinos Kavafis
tradução de Manuel Resende
A indiferença
Primeiro levaram os comunistas,
Mas eu não me importei
Porque não era nada comigo.
Em seguida levaram alguns operários,
Mas a mim não me afectou
Porque eu não sou operário.
Depois prenderam os sindicalistas,
Mas eu não me incomodei
Porque nunca fui sindicalista.
Logo a seguir chegou a vez
De alguns padres, mas como
Nunca fui religioso, também não liguei.
Agora levaram-me a mim
E quando percebi,
Já era tarde.
Bertolt Brecht
Aqui vai:
Deixa a tua mente fazer associações livres.
Reconhece a dor.
Desliga o piloto automático.
Faz perguntas.
Interiormente, permite-te.
Observa. Empatiza. Não julgues.
Relembra & Recapitula.
Conta histórias.
Reserva tempo para pensar e sonhar acordad@.
Ouve radicalmente.
Dá-te a liberdade de não acertar.
Atenta às resistências.
Deixa a tua mente improvisar.
Pensa alto. Lê alto.
Nunca pares de aprender.
Ocupa-te com a arte, a natureza, as crianças.
Rodeia-te de pessoas com sentimentos.
Reconhece a finitude.
Responsabiliza-te pelas tuas obsessões.
Testa as tuas ideias.
Não pares até teres alguma ideia.
Segue os teus impulsos.
Diz a verdade. A vida é demasiado curta para mentir.
Here goes:
Let your mind make free associations.
Acknowledge pain.
Turn off the automatic pilot.
Ask questions.
Give yourself inner permissions.
Observe. Empathize. Don't pass judgments.
Remember & Recapitulate.
Tell stories.
Take time to think & daydream.
Listen radically.
Give yourself the freedom to do it "wrong".
Steal from everyone.
Don't run away from resistances.
Improvise in your mind.
Think out loud. Read out loud.
Never stop learning.
Spend time with art, nature, children.
Surround yourself with people who have feelings.
Acknowledge mortality.
Take responsability for your obsessions.
Test your ideas.
Don't stop until you come up with something.
Follow your impulses.
Tell the truth. Life is too short to lie.
Judith Weston, The Film Director’s Intuition, 2003.
o de sermos inadequados.
O nosso medo mais profundo é que somos poderosos além de qualquer medida.
É a nossa luz, não as nossas trevas, o que mais nos apavora.
Perguntamo-nos:
Quem sou eu para ser Brilhante, Maravilhoso, Talentoso e Fabuloso?
Na realidade, quem és tu para o não ser?
És filho do Universo.
Se te fizeres pequeno não ajudas o mundo.
Não há mérito em te encolheres, para que os outros não se sintam inseguros quando estão à tua beira.
Nascemos para manifestar a glória do Universo que está dentro de nós.
Não está apenas em um de nós: está em todos nós.
E conforme deixamos nossa própria luz brilhar, inconscientemente damos às outras pessoas permissão para fazerem o mesmo.
E conforme nos libertamos do nosso medo, a nossa presença, automaticamente, liberta os outros.
atribuído a Nelson Mandela
– our soul, our being, our only self.
In shame, and fear and pain have we walked the long, and rough and tortuous path of Good and Evil which you have appointed us at the dawn of Time.
The Great Nostalgia urged our feet, and Faith sustained our hearts, and now has Understanding lifted our burdens, bound up our wounds, and brought us back into your holy presence naked of Good and Evil, Life and Death; naked of all illusions of Duality; naked of every self except your all-embracing Self.
With no fig-leaves to hide our nakedness
we stand before you
unashamed,
illumined,
unafraid.
Behold, we are unified.
Behold, we have overcome.
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Aqui estamos Senhor – nossa alma, nossa vida, nosso único ser.
Em vergonha e medo e dor trilhámos o longo e árduo e sinuoso caminho do Bem e do Mal, que nos designaste no amanhecer do tempo.
A Grande Nostalgia apressava os nossos passos e a Fé sustinha os nossos corações, e agora o Conhecimento aliviou os nossos fardos, ligou as nossas feridas, e reconduziu-nos à tua divina presença, despidos de Bem e Mal, Vida e Morte, despidos de toda ilusão de Dualidade; despidos de todo ser excepto o teu Ser que tudo abarca.
Sem folhas de figueira a esconder a nossa nudez
estamos perante ti
sem vergonha,
iluminados,
sem medo.
Vê, estamos unificados.