8.9.14
1.9.14
Tudo o que atinge o seu limite, transforma-se. Esta é a mecânica. Esta é a dinâmica. O limite de cada um está na sua capacidade de acreditar em si mesmo. Quando acredita, transforma-se naquilo que crê. Se acredita que é tolerante, transforma-se numa pessoa tolerante. Se acredita que é intolerante, torna-se numa pessoa intolerante. E sempre que acredita, cria, porque quando acredita está a ir ao mais profundo de si, ali onde tudo é criação. E se cria, liberta-se. E quando se liberta, ultrapassa o seu limite. Este é o ciclo da vida. Só quem transpõe o seu limite trabalha verdadeiramente o agora. Quem não o faz, vive quase sempre angustiado com a ideia daquilo que poderia ter feito e não fez, e com aquilo que acha que nunca poderá vir a fazer.
José Micard T.
José Micard T.
15.5.14
Sentimento - Conhecimento - Liberdade
(pp. 18-19)
Os sentimentos de dor ou prazer são os alicerces da mente. É fácil não dar conta desta simples realidade porque as imagens dos objetos e dos acontecimentos que nos rodeiam, bem como as imagens das palavras e frases que os descrevem, ocupam toda a nossa modesta atenção, ou quase toda. Mas é assim. Os sentimentos de prazer, ou de dor, ou de toda e qualquer qualidade entre dor e prazer, os sentimentos de toda e qualquer emoção ou dos diversos estados que se relacionam com uma qualquer emoção, são a mais universal das melodias, uma canção que só descansa quando chega o sono, e que se torna num verdadeiro huno quando a alegria nos ocupa ou se desfaz em lúgubre requiem quando a tristeza invade.
Dada a ubiquidade dos sentimentos, seria fácil pensar que a sua ciência estaria já muito elucidada. Mas não está. [...] Tratamos dos nossos sentimentos como pílulas, bebidas, exercícios físicos e espirituais, mas nem o público nem a ciência fazem uma ideia clara do que são os sentimentos do ponto de vista biológico.
(pp. 162-163)
Assim, os sentimentos podem ser os sensores mentais do interior do organismo, as testemunhas do estado da vida. Os sentimentos podem também ser sentinelas, dado que permitem ao nosso si que tome conhecimento do estado da vida no organismo durante um breve intervalo de tempo. Os sentimentos são, em suma, as manifestações mentais do equilíbrio e da harmonia, da desarmonia ou do desacordo. Não se referem necessariamente à harmonia ou ao desacordo dos objectos e das situações exteriores ao organismo, embora seja evidente que também o podem fazer. Referem-se mais imediatamente à harmonia e ao desacordo que acontecem no interior da carne. A alegria e a mágoa, bem como os sentimentos que se relacionam com elas, são primariamente ideias do corpo no processo de obter estados de sobrevida óptimos. A alegria e a mágoa são revelações mentais desse processo de manobra, excepto quando drogas ou depressão corrompem a fidelidade da revelação (embora seja possível defender o argumento de que a doença revelada pela depressão é, ao fim e ao cabo, bem fiel ao estado da vida no organismo deprimido).
É curioso pensar que os sentimentos são testemunhas do nível mais recôndito da vida. E quando tentamos inverter a marcha da engenharia da evolução e descobrir as origens dos sentimentos, é legítimo perguntar se a razão por que os sentimentos prevaleceram como fenómeno importante dos seres vivos complexos é precisamente a sua capacidade de dar testemunho sobre a vida à medida que ocorrem na mente.
António Damásio, Ao Encontro de Espinosa, 2003.
---
Os
sentimentos fazem a transposição do mundo da regulação automática
para o mundo da regulação deliberada. Os sentimentos confundem-se
com o princípio da consciência. Confundem-se, pois, com a
possibilidade, não só de ter uma reacção automática, mas de
saber que se tem essa reacção, e poder a partir daí construir
conhecimentos e sintonizar essa reacção com determinados
objectivos. Portanto, os sentimentos são indispensáveis para se
conseguir criar um espaço de livre-arbítrio, que temos (isso é
qualquer coisa que nos caracteriza humanamente), embora não tenhamos
um enorme espaço de manobra; são indispensáveis para se conseguir
deliberar, para se conseguir concluir "não devo matar".
António Damásio,
em entrevista a André Barata, Público, 2003.
16.4.14
Uma história distante
Levada por fantásticos caminhos
atravessei países vacilantes...
Sophia
Somos uma coisa em nosso corpo
lenta e absoluta que nem conseguimos
no escuro se abre
seu odor, seu aspecto, sua lei
cada um de nós jaz por terra muito depois que se levanta
tudo o que possui não cobre metade do seu reino
e apesar do domicílio fixo, das horas certas
dormimos a céu aberto pelas estradas
J T Mendonça, em Estrada Branca, 2005
lenta e absoluta que nem conseguimos
no escuro se abre
seu odor, seu aspecto, sua lei
cada um de nós jaz por terra muito depois que se levanta
tudo o que possui não cobre metade do seu reino
e apesar do domicílio fixo, das horas certas
dormimos a céu aberto pelas estradas
J T Mendonça, em Estrada Branca, 2005
24.3.14
This will be our reply
to violence: to make music more intensely, more
beautifully, more devotedly than ever before.
Leonard
Bernstein, after the assassination of JFK
23.2.14
A estrada branca
Atravessei contigo a minuciosa tarde
deste-me a tua mão, a vida parecia
difícil de estabelecer
acima do muro alto
folhas tremiam
ao invisível peso mais forte
Podia morrer por uma só dessas coisas
que trazemos sem que possam ser ditas:
astros cruzam-se numa velocidade que apavora
inamovíveis glaciares por fim se deslocam
e na única forma que tem de acompanhar-te
o meu coração bate
deste-me a tua mão, a vida parecia
difícil de estabelecer
acima do muro alto
folhas tremiam
ao invisível peso mais forte
Podia morrer por uma só dessas coisas
que trazemos sem que possam ser ditas:
astros cruzam-se numa velocidade que apavora
inamovíveis glaciares por fim se deslocam
e na única forma que tem de acompanhar-te
o meu coração bate
J T Mendonça,
A Estrada Branca, 2005
A Estrada Branca, 2005
3.2.14
Temos a obrigação de inventar outro mundo porque sabemos que outro mundo é possível. Mas cabe a nós construí-lo com as nossas mãos entrando em cena, no palco e na vida. Atores somos todos nós, e cidadão não é aquele que vive em sociedade: é aquele que a transforma!
Augusto Boal
à entrada da página da PELE
Augusto Boal
à entrada da página da PELE
30.1.14
27.1.14
You are welcome to Elsinore
Entre
nós e as palavras há metal fundente
entre nós e as palavras há hélices que andam
e podem dar-nos morte violar-nos tirar
do mais fundo de nós o mais útil segredo
entre nós e as palavras há perfis ardentes
espaços cheios de gente de costas
altas flores venenosas portas por abrir
e escadas e ponteiros e crianças sentadas
à espera do seu tempo e do seu precipício
Ao longo da muralha que habitamos
há palavras de vida há palavras de morte
há palavras imensas, que esperam por nós
e outras, frágeis, que deixaram de esperar
há palavras acesas como barcos
e há palavras homens, palavras que guardam
o seu segredo e a sua posição
Entre nós e as palavras, surdamente,
as mãos e as paredes de Elsenor
E há palavras nocturnas palavras gemidos
palavras que nos sobem ilegíveis à boca
palavras diamantes palavras nunca escritas
palavras impossíveis de escrever
por não termos connosco cordas de violinos
nem todo o sangue do mundo nem todo o amplexo do ar
e os braços dos amantes escrevem muito alto
muito além do azul onde oxidados morrem
palavras maternais só sombra só soluço
só espasmo só amor só solidão desfeita
Entre nós e as palavras, os emparedados
e entre nós e as palavras, o nosso dever falar
entre nós e as palavras há hélices que andam
e podem dar-nos morte violar-nos tirar
do mais fundo de nós o mais útil segredo
entre nós e as palavras há perfis ardentes
espaços cheios de gente de costas
altas flores venenosas portas por abrir
e escadas e ponteiros e crianças sentadas
à espera do seu tempo e do seu precipício
Ao longo da muralha que habitamos
há palavras de vida há palavras de morte
há palavras imensas, que esperam por nós
e outras, frágeis, que deixaram de esperar
há palavras acesas como barcos
e há palavras homens, palavras que guardam
o seu segredo e a sua posição
Entre nós e as palavras, surdamente,
as mãos e as paredes de Elsenor
E há palavras nocturnas palavras gemidos
palavras que nos sobem ilegíveis à boca
palavras diamantes palavras nunca escritas
palavras impossíveis de escrever
por não termos connosco cordas de violinos
nem todo o sangue do mundo nem todo o amplexo do ar
e os braços dos amantes escrevem muito alto
muito além do azul onde oxidados morrem
palavras maternais só sombra só soluço
só espasmo só amor só solidão desfeita
Entre nós e as palavras, os emparedados
e entre nós e as palavras, o nosso dever falar
Mário
Cesariny
Pena
Capital
Lisboa,
Assírio & Alvim, 1982
Explicação da Eternidade
devagar,
o tempo transforma tudo em tempo.
o ódio transforma-se em
tempo, o amor
transforma-se em tempo, a dor transforma-se
em tempo.
os assuntos que julgámos mais profundos,
mais impossíveis, mais permanentes e imutáveis,
transformam-se devagar em tempo.
por si só, o tempo não é nada.
a idade de nada é nada.
a eternidade não existe.
no entanto, a eternidade existe.
os instantes dos teus olhos parados sobre mim eram eternos.
os instantes do teu sorriso eram eternos.
os instantes do teu corpo de luz eram eternos.
foste eterna até ao fim.
transforma-se em tempo, a dor transforma-se
em tempo.
os assuntos que julgámos mais profundos,
mais impossíveis, mais permanentes e imutáveis,
transformam-se devagar em tempo.
por si só, o tempo não é nada.
a idade de nada é nada.
a eternidade não existe.
no entanto, a eternidade existe.
os instantes dos teus olhos parados sobre mim eram eternos.
os instantes do teu sorriso eram eternos.
os instantes do teu corpo de luz eram eternos.
foste eterna até ao fim.
José
Luís Peixoto
20.1.14
19.1.14
Pedia-lhe, o melhor que soubesse,
uma grande paciência para tudo o que ainda não estiver resolvido no seu coração. Esforce-se por amar as suas próprias dúvidas como se cada uma delas fosse um quarto fechado, um livro escrito em língua estrangeira. Não
procure, por enquanto, respostas que não lhe podem ser dadas, porque
não saberia ainda pô-las em prática, vivê-las. E trata-se,
precisamente, de viver tudo. De momento, viva apenas as suas
interrogações. Talvez que, simplesmente vivendo-as, acabe um dia
por penetrar insensivelmente nas respostas
Rilke, Cartas a um jovem poeta
14.1.14
Escada sem corrimão
É uma escada em caracol
E que não tem corrimão
Vai a caminho do Sol
Mas nunca passa do chão
Os degraus quanto mais altos
Mais estragados estão
Nem sustos nem sobressaltos
Servem sequer de lição
Quem tem medo não a sobe
Quem tem sonhos também não
Há quem chegue a deitar fora
O lastro do coração
Sobe-se numa corrida
Corre-se perigos em vão
Adivinhaste... é a vida
A escada sem corrimão
David Mourão-Ferreira
Cantada por Camané aqui
E que não tem corrimão
Vai a caminho do Sol
Mas nunca passa do chão
Os degraus quanto mais altos
Mais estragados estão
Nem sustos nem sobressaltos
Servem sequer de lição
Quem tem medo não a sobe
Quem tem sonhos também não
Há quem chegue a deitar fora
O lastro do coração
Sobe-se numa corrida
Corre-se perigos em vão
Adivinhaste... é a vida
A escada sem corrimão
David Mourão-Ferreira
Cantada por Camané aqui
9.1.14
A tese central assenta na noção de convivialidade, que não é apenas a de um convívio entre parceiros, mas a da coabitação entre diferentes, com todas as tensões e conflitos que tal coabitação pressupõe. Mas a grande questão não é só a da convivialidade, que, a acontecer, é em si um bem. O que fica por resolver é saber em que sociedade se supõe que esta convivialidade seja exequível. Um dos embaraços do pensamento contemporâneo tem sido o de, ao mesmo tempo que se recusa o modelo actual e injusto das sociedades contemporâneas, ser capaz de equacionar outro modelo de sociedade. Parece que estamos «à porta» do enunciado, mas é difícil abri‑la.
Para tanto, é necessário redescobrir com premência um novo valor para a prática do distanciamento sistemático das nossas próprias culturas de origem.
A urgência da teoria, 2007.
Para tanto, é necessário redescobrir com premência um novo valor para a prática do distanciamento sistemático das nossas próprias culturas de origem.
A urgência da teoria, 2007.
28.11.13
10.10.13
23.9.13
Não deixes que
uma resposta errada te impeça de retomar a pergunta certa.
http://comicsthatsaysomething.quora.com/A-Day-at-the-Park?ref=fb
http://comicsthatsaysomething.quora.com/A-Day-at-the-Park?ref=fb
28.8.13
We cannot walk alone.
em "I have a Dream", Martin Luther King, 1963.
discurso: http://historywired.si.edu/detail.cfm?ID=501
discurso: http://historywired.si.edu/detail.cfm?ID=501
7.8.13
Lift
not the painted veil which those who live
Call
Life: though unreal shapes be pictured there,
And
it but mimic all we would believe
With
colours idly spread,--behind, lurk Fear
And
Hope, twin Destinies; who ever weave
Their
shadows, o'er the chasm, sightless and drear.
I
knew one who had lifted it--he sought,
For
his lost heart was tender, things to love,
But
found them not, alas! nor was there aught
The
world contains, the which he could approve.
Through
the unheeding many he did move,
A
splendour among shadows, a bright blot
Upon
this gloomy scene, a Spirit that strove
For
truth, and like the Preacher found it not.
P. B. Shelley
19.5.13
There are two ways of spreading light: to be the candle or the mirror that reflects it.
Edith Warton
em http://www.knowledgeoftoday.org/
Edith Warton
em http://www.knowledgeoftoday.org/
6.5.13
Eu, Mwanito, o Afinador de Silêncios
A família, a escola, os outros, todos elegem em nós uma centelha promissora, um território em que poderemos brilhar. Uns nasceram para cantar, outros para dançar, outros nasceram simplesmente para serem outros. Eu nasci para estar calado. Minha única vocação é o silêncio. Foi meu pai que me explicou: tenho inclinação para não falar, um talento para apurar silêncios. Escrevo bem, silêncios, no plural. Sim, porque não há um único silêncio. E todo o silêncio é música em estado de gravidez.
Quando me viam, parado e recatado, no meu invisível recanto, eu não estava pasmado. Estava desempenhado, de alma e corpo ocupados: tecia os delicados fios com que se fabrica a quietude. Eu era um afinador de silêncios.
- Venha, meu filho, venha ajudar-me a ficar calado.
Ao fim do dia, o velho se recostava na cadeira da varanda. E era assim todas as noites: me sentava a seus pés, olhando as estrelas no alto do escuro. Meu pai fechava os olhos, a cabeça meneando para cá e para lá, como se um compasso guiasse aquele sossego. Depois, ele inspirava fundo e dizia:
- Este é o silêncio mais bonito que escutei até hoje. Lhe agradeço, Mwanito.
Ficar devidamente calado requer anos de prática. Em mim, era um dom natural, herança de algum antepassado. Talvez fosse legado de minha mãe, Dona Dordalma, quem podia ter a certeza? De tão calada, ela deixara de existir e nem se notara que já não vivia entre nós, os vigentes viventes.
- Você sabe, filho: há a calmaria dos cemitérios. Mas o sossego desta varanda é diferente.
Meu pai. A voz dele era tão discreta que parecia apenas uma outra variedade de silêncio. Tossicava e a tosse rouca dele, essa, era uma oculta fala, sem palavras nem gramática.
em Jerusalém, Mia Couto
A família, a escola, os outros, todos elegem em nós uma centelha promissora, um território em que poderemos brilhar. Uns nasceram para cantar, outros para dançar, outros nasceram simplesmente para serem outros. Eu nasci para estar calado. Minha única vocação é o silêncio. Foi meu pai que me explicou: tenho inclinação para não falar, um talento para apurar silêncios. Escrevo bem, silêncios, no plural. Sim, porque não há um único silêncio. E todo o silêncio é música em estado de gravidez.
Quando me viam, parado e recatado, no meu invisível recanto, eu não estava pasmado. Estava desempenhado, de alma e corpo ocupados: tecia os delicados fios com que se fabrica a quietude. Eu era um afinador de silêncios.
- Venha, meu filho, venha ajudar-me a ficar calado.
Ao fim do dia, o velho se recostava na cadeira da varanda. E era assim todas as noites: me sentava a seus pés, olhando as estrelas no alto do escuro. Meu pai fechava os olhos, a cabeça meneando para cá e para lá, como se um compasso guiasse aquele sossego. Depois, ele inspirava fundo e dizia:
- Este é o silêncio mais bonito que escutei até hoje. Lhe agradeço, Mwanito.
Ficar devidamente calado requer anos de prática. Em mim, era um dom natural, herança de algum antepassado. Talvez fosse legado de minha mãe, Dona Dordalma, quem podia ter a certeza? De tão calada, ela deixara de existir e nem se notara que já não vivia entre nós, os vigentes viventes.
- Você sabe, filho: há a calmaria dos cemitérios. Mas o sossego desta varanda é diferente.
Meu pai. A voz dele era tão discreta que parecia apenas uma outra variedade de silêncio. Tossicava e a tosse rouca dele, essa, era uma oculta fala, sem palavras nem gramática.
em Jerusalém, Mia Couto
4.5.13
1.4.13
21.2.13
All Is Full of Love
ouvir
You'll be given love
You'll
be taken care of
You'll be given love
You have to trust it
Maybe not from the sources
You have poured yours
Maybe not from the directions
You are staring at
Trust your head around
It's all around you
All is full of love
All around you
All is full of love
You just aint receiving
All is full of love
Your phone is off the hook
All is full of love
Your doors are all shut
All is full of love!
All is full of love
You'll be given love
You have to trust it
Maybe not from the sources
You have poured yours
Maybe not from the directions
You are staring at
Trust your head around
It's all around you
All is full of love
All around you
All is full of love
You just aint receiving
All is full of love
Your phone is off the hook
All is full of love
Your doors are all shut
All is full of love!
All is full of love
Bjork, em Homogenic (1997).
14.2.13
Clementine
ouvir
Clementine was born not to be
Born not to love
Like you and me
No one has ever seen her cry
But hidden in her eyes
There's a whole wide see
Clementine walks around at night
Talks the moonlight into sleep
Wakes up slowly taking her time
She has no one to meet
No one wonders where she's from
If she has ever had someone of her own
She is just a part of the sea
A part of you and me
Clementine reads all day long
Carries the world of someone unknown
Finds her castle
Sits on her throne
Then she is not alone
Like you and me
No one has ever seen her cry
But hidden in her eyes
There's a whole wide see
Clementine walks around at night
Talks the moonlight into sleep
Wakes up slowly taking her time
She has no one to meet
No one wonders where she's from
If she has ever had someone of her own
She is just a part of the sea
A part of you and me
Clementine reads all day long
Carries the world of someone unknown
Finds her castle
Sits on her throne
Then she is not alone
Luísa Sobral, em The Cherry On My Cake
9.2.13
O Primeiro Homem
Era como uma árvore da terra nascida Confundindo com o ardor da terra a sua vida, E no vasto cantar das marés cheias Continuava o bater das suas veias. Criados à medida dos elementos A alma e os sentimentos Em si não eram tormentos Mas graves, grandes, vagos, Lagos Reflectindo o mundo, E o eco sem fundo Da ascensão da terra nos espaços Eram os impulsos do seu peito Florindo num ritmo perfeito Nos gestos dos seus braços. Sophia, Obra Poética I |
31.1.13
ouvir
Fools rush in where angels fear to tread
And so I come to you, my love, my heart above my head
Though I see the danger there
If there's a chance for me, then I don't care
Fools rush in where wise men never go
But wise men never fall in love, so how are they to know?
When we met I felt my life begin
So open up your heart and let this fool rush in
"Fools Rush In", escrita por Johnny Mercer and Rube Bloom,
Fools rush in where angels fear to tread
And so I come to you, my love, my heart above my head
Though I see the danger there
If there's a chance for me, then I don't care
Fools rush in where wise men never go
But wise men never fall in love, so how are they to know?
When we met I felt my life begin
So open up your heart and let this fool rush in
"Fools Rush In", escrita por Johnny Mercer and Rube Bloom,
18.1.13
[...] ainda não decidiram qual é o caminho correto e qual o errado. Primeiro, desejam receber as recompensas para depois seguirem o caminho. [...] Nem o solo que pisam toma sem dar. Primeiro dá vida às sementes, alimenta-as, renova a terra e fertiliza-as. Beijamos as Mãos que dão; Amamos as Mãos que sabem Receber.
O Livro do Conhecimento
14.1.13
A única segurança
para os que voam num planador é saber que o céu tem outras correntes invisíveis que esperam por eles. É uma questão de aprender a descobrir o que já ali se encontra.
em O Dom de Voar, Richard Bach
em O Dom de Voar, Richard Bach
31.12.12
9.12.12
Hunter
if travel is
searching
and home has been found
i'm not stopping
i'm going hunting
i'm the hunter
i'll bring back the goods
but i don't know when
thought that i could organise freedom
how scandinavian of me
you sussed it out, didn't you?
you could smell it
so you left me on my own
to complete the mission
now i'm leaving it all behind
i'm going hunting
i'm the hunter...
(you just didn't know me!)
and home has been found
i'm not stopping
i'm going hunting
i'm the hunter
i'll bring back the goods
but i don't know when
thought that i could organise freedom
how scandinavian of me
you sussed it out, didn't you?
you could smell it
so you left me on my own
to complete the mission
now i'm leaving it all behind
i'm going hunting
i'm the hunter...
(you just didn't know me!)
Bjork, em Homogenic (1997).
5.12.12
29.11.12
Eterno é este instante, o dia claro,
as cores das casas desenhadas em aguada rasa,
castanhos e vermelhos quase em declive,
as janelas limpíssimas, os vidros muito honestos.
este instante que foi e já não é, mal pousei a caneta
no papel: eterno
Sonhei contigo, acordei a pensar
que ainda eras, como é esta janela,
como o corpo obedece a este vento quente, e é ágil,
mas tudo: tão confuso como são os sonhos
Agora, neste instante, recordo a sensação
de estares, o toque.
Não distingo os contornos do meu sonho, não sei
se era uma casa, ou um pedaço de ar.
A memória limpíssima é de ti
e cobriu tudo, e trouxe azul e sol a esta praça
onde me sento, organizada a esquadro,
como as casas
E agora, o teu andar
acabou de passar mesmo ao meu lado, igual,
e agora multiplica-se nas mesas e cadeiras
que cobrem rua e praça,
e eu vejo-te no vidro à minha frente,
mais real que este instante, e se Bruegel te visse
pintava-te, exactíssima e aqui.
E serias: mais perto de um eterno
(Eu, que nada mais sei, só o fulgor do breve,
eu dava-te palavras - )
Ana Amaral Dias, em Vozes, 2011.
24.11.12
Discernimento
Song of Sand
ouvir
If sand waves were sound waves
What song would be in the air now
What stinging tune
Could split this endless noon
And make the sky swell with rain
If war were a game that a man or a child
Could think of winning
What kind of rule
Can overthrow a fool
And leave the land with no stain.
Suzanne Vega, em 99.9 Fº (1992)
19.11.12
hidden in veils, covered in silk
youtube
she's a pornographer's dream, he said.
I knew what he meant.
but it made me imagine: what kind of a dream
he would have, that hadn't been spent?
would he still dream of the thigh? of the flesh upon high?
what he saw so much of?
wouldn't he dream of the thing that he never
could quite get the touch of?
it's out of his hands, over his head
out of his reach, under this real life
hidden in veils, covered in silk
he's dreaming of what might be
out of his hands, over his head
out of his reach, under this real life
hidden in veils,
he's dreaming of mystery.
Bettie Page is still the rage
with her legs and leather;
she turns to tease the camera, and please us at home,
and we let her.
who's to know what she'll show of herself,
in what measure?
if what she reveals, or what she conceals,
is the key to our pleasure?
it's out of our hands, over our heads
out of our reach, under this real life
hidden in veils, covered in silk
we're dreaming of what might be
it's out of our hands, over our heads
out of our reach, under this real life
hidden in veils
we're dreaming of mystery.
she's a pornographer's dream, he said.
I knew what he meant.
but it made me imagine: what kind of a dream
he would have?
Suzanne Vega, Beauty & Crime (2007)
15.11.12
Eu não escolho um campo entre os campos que já existem, e resisto com todas as minhas forças a todas as intimidações com que pretendem forçar-me a estar com este ou aquele campo. És por A ou por B? - eis o torniquete totalitário, a máquina binária, com que os colectivos e as instituições pretendem extorquir uma escolha. Não, o campo que eu escolho sou eu que o construo - entendido?
Eduardo Prado Coelho
9.11.12
7.11.12
15.10.12
Sobre Todas as Coisas
Pelo
amor de Deus
Não vê que isso é pecado, desprezar quem lhe
quer bem
Não vê que Deus até fica zangado vendo alguém
Abandonado pelo amor de Deus
Não vê que Deus até fica zangado vendo alguém
Abandonado pelo amor de Deus
Ao
Nosso Senhor
Pergunte se Ele produziu nas trevas o esplendor
Se tudo foi criado - o macho, a fêmea, o bicho, a flor
Criado pra adorar o Criador
Pergunte se Ele produziu nas trevas o esplendor
Se tudo foi criado - o macho, a fêmea, o bicho, a flor
Criado pra adorar o Criador
E
se o Criador
Inventou a criatura por favor
Se do barro fez alguém com tanto amor
Para amar Nosso Senhor
Inventou a criatura por favor
Se do barro fez alguém com tanto amor
Para amar Nosso Senhor
Não,
Nosso Senhor
Não há de ter lançado em movimento terra e céu
Estrelas percorrendo o firmamento em carrossel
Pra circular em torno ao Criador
Não há de ter lançado em movimento terra e céu
Estrelas percorrendo o firmamento em carrossel
Pra circular em torno ao Criador
Ou
será que o deus
Que criou nosso desejo é tão cruel
Mostra os vales onde jorra o leite e o mel
E esses vales são de Deus
Que criou nosso desejo é tão cruel
Mostra os vales onde jorra o leite e o mel
E esses vales são de Deus
Pelo
amor de Deus
Não vê que isso é pecado, desprezar quem lhe quer bem
Não vê que Deus até fica zangado vendo alguém
Abandonado pelo amor de Deus
Não vê que isso é pecado, desprezar quem lhe quer bem
Não vê que Deus até fica zangado vendo alguém
Abandonado pelo amor de Deus
Chico
Buarque e Edu Lobo, cantada por Gilberto Gil em O Grande Circo Místico
21.9.12
Spring Haze
ouvir
Well I know it's just a spring haze
But I don't much like the look of it
And if omens are a god send like men
Breezing in
Certain these clouds go somewhere
Billowing out to somewhere
In a single engine cessna
You say we'll never make it there
So all we do is circle it
Uh oh
Let go
Off on my way
Unseen this eternal wanting
Uh oh
Way to go
So I get creamed
Waiting for Sunday to drown
Uh oh
Way to go
Waiting on Sunday Waiting on Sunday to land
Uh oh
Way to go
Waiting on Sunday
Waiting on sunday to drown
So I know it's just a spring haze
But I don't much like the look of it
And all we do is circle it
And I found out where my edge is
And it bleeds into where you resist
And my only way, way out is to go
So far in
Billowing out to somewhere
Billowing out
Luna riviera
Billowing out to Somewhere
Uh oh
Let go
Off on my way
Unseen this eternal wanting
Let go
So if I really get creamed
Waiting for Sunday to drown
Waiting on Sunday to drown
Why does it always end up like this
Why does it always end up like this
Why does it always end up like this
Uh oh
Off on my way
Unseen this eternal wanting
Let go
Way to go
So I get creamed
Waiting on Sunday to drown
Uh oh
Waiting on
Waiting on Sunday
Waiting on Sunday to land
Uh oh
Waiting on
Waiting on Sunday
Waiting on Sunday to drown
Waiting on Sunday to
Waiting
Waiting on Sunday Waiting on Sunday to land
Uh oh
So if I really get creamed
Waiting on Sunday to drown
Tori Amos, do álbum To Venhus and Back (1999)
Well I know it's just a spring haze
But I don't much like the look of it
And if omens are a god send like men
Breezing in
Certain these clouds go somewhere
Billowing out to somewhere
In a single engine cessna
You say we'll never make it there
So all we do is circle it
Uh oh
Let go
Off on my way
Unseen this eternal wanting
Uh oh
Way to go
So I get creamed
Waiting for Sunday to drown
Uh oh
Way to go
Waiting on Sunday Waiting on Sunday to land
Uh oh
Way to go
Waiting on Sunday
Waiting on sunday to drown
So I know it's just a spring haze
But I don't much like the look of it
And all we do is circle it
And I found out where my edge is
And it bleeds into where you resist
And my only way, way out is to go
So far in
Billowing out to somewhere
Billowing out
Luna riviera
Billowing out to Somewhere
Uh oh
Let go
Off on my way
Unseen this eternal wanting
Let go
So if I really get creamed
Waiting for Sunday to drown
Waiting on Sunday to drown
Why does it always end up like this
Why does it always end up like this
Why does it always end up like this
Uh oh
Off on my way
Unseen this eternal wanting
Let go
Way to go
So I get creamed
Waiting on Sunday to drown
Uh oh
Waiting on
Waiting on Sunday
Waiting on Sunday to land
Uh oh
Waiting on
Waiting on Sunday
Waiting on Sunday to drown
Waiting on Sunday to
Waiting
Waiting on Sunday Waiting on Sunday to land
Uh oh
So if I really get creamed
Waiting on Sunday to drown
Tori Amos, do álbum To Venhus and Back (1999)
Subscrever:
Mensagens (Atom)