15.6.10
28.5.10
21.4.10
The Sunlight on the Garden
Hardens and grows cold,
We cannot cage the minute
Within its nets of gold,
When all is told
We cannot beg for pardon.
Our freedom as free lances
Advances towards its end;
The earth compels, upon it
Sonnets and birds descend;
And soon, my friend,
We shall have no time for dances.
The sky was good for flying
Defying the church bells
And every evil iron
Siren and what it tells:
The earth compels,
We are dying, Egypt, dying
And not expecting pardon,
Hardened in heart anew,
But glad to have sat under
Thunder and rain with you,
And grateful too
For sunlight on the garden.
Louis MacNeice
13.4.10
O que é ser Real?
Ser Real não tem a ver com a forma como és feito – disse o Cavalo – é uma coisa que te acontece. Quando uma criança gosta de ti durante muito, muito tempo, não apenas para brincar, mas porque realmente gosta de ti, então tornas-te Real
Isso magoa? – perguntou o Coelho.
Às vezes – respondeu o Cavalo, porque dizia sempre a verdade – mas quando se é Real, não nos importamos que nos magoem
Acontece assim de repente, como quando se dá corda, ou a pouco a pouco? – interrogou o Coelho.
Não acontece tudo de uma vez – disse o Cavalo – vai acontecendo. Demora muito tempo. Por isso não sucede com muita frequência às pessoas que são frágeis, muito nervosas ou que têm que ser tratadas com muito cuidado. Em geral, quando finalmente conseguimos ser reais o nosso pelo já caiu quase todo, de tantos carinhos e afagos que nos fizeram. E os nossos olhos descaem, ficamos muito puídos e com as articulações moles. Mas nada disso é importante, porque a partir da altura em que se é Real não se pode ser feio, excepto aos olhos de quem não compreende.
- Suponho que sejas Real – prosseguiu o Coelho, logo se arrependendo do que disse, por pensar que o Cavalo podia ficar sentido. Mas ele apenas sorriu.
O tio do rapaz tornou-me Real – disse – Isso foi há muitos, muitos anos, mas uma vez que se é Real, nunca mais se deixa de o ser. Dura para sempre.
Margery Williams – Velveteen Rabbit (excerto)
História contada pela Meryl Streep (em inglês; esta parte está pelo minuto 4)
17.3.10
Colors
Pinkish yellowish white.
My eyes are greyish blueish green,
but I'm told they look orange in the night.
My hair is reddish blondish brown,
but it's silver when its wet,
And all the colors I am inside
Have not been invented yet.
Shel Silverstein, Where the Sidewalk Ends, 1974.
16.3.10
9.3.10
Ice
The ice is thin come on dive in
underneath my lucid skin
the cold is lost, forgotten
Hours pass days pass time stands still
light gets dark and darkness fills
my secret heart forbidden...
I think you worried for me then
the subtle ways that I'd give in
but I know you liked the show
tied down to this bed of shame
you tried to move around the pain
but oh your soul is anchored
The only comfort is the moving of the river
You enter into me, a lie upon your lips
offer what you can, I'll take all that I can get
only a fool's here...
I don't like your tragic sigh
sas if your god has passed you by
well hey fool that's your deception
your angels speak with jilted tongues
the serpent's tale has come undone
you have no strength to squander
The only comfort is the moving of the river
You enter into me, a lie upon your lips
offer what you can, I'll take all that I can get
only a fool's here to stay
only a fool's here to stay
only a fool's here...
Sarah Mclachlan
8.3.10
Danças sagradas
26.2.10
Landslide
Climbed a mountain and turned around
And I saw my reflection in the snow-covered hills
'Till the landslide brought me down
Oh, mirror in the sky
What is love?
Can the child within my heart rise above?
Can I sail through the changing ocean tides?
Can I handle the seasons of my life?
Well, I've been afraid of changing
'Cause I've built my life around you
But time makes you bolder
Even children get older
And I'm getting older, too
Take my love, take it down
Climb a mountain and turn around
And If you see my reflection in the snow-covered hills
Well the landslide brought me down
If you see my reflection in the snow-covered hills
Well maybe
The landslide will bring you down
---
Avalanche
Peguei no meu amor e desmontei-o
Subi a uma montanha e voltei-me
Vi o meu reflexo nas encostas cobertas de neve
Até a avalanche me derrubar
Oh, espelho no céu
o que é o amor?
Conseguirá a criança do meu coração comandar?
Conseguirei navegar do oceano as diferentes marés?
Conseguirei lidar com as estações da minha vida?
Sim, tenho tido medo de mudar
Porque construí a minha vida em teu redor
Mas o tempo torna-nos mais corajosos
Até as crianças envelhecem
E também eu estou a envelhecer
Leva o meu amor e desmonta-o
Sobe a uma montanha e volta-te
E se vires o meu reflexo nas encostas cobertas de neve
Foi a avalanche que me derrubou
Se vires o meu reflexo nas encostas cobertas de neve
Então talvez
A avalanche venha a derrubar-te
Stevie Nicks, 1975.
21.2.10
Mistério
THEN said Almitra, Speak to us of Love.
And he raised his head and looked upon the people, and there fell a stillness upon them.
And with a great voice he said:
When love beckons to you, follow him,
Though his ways are hard and steep.
And when his wings enfold you yield to him,
Though the sword hidden among his pinions may wound you.
And when he speaks to you believe in him,
Though his voice may shatter your dreams as the north wind lays waste the garden.
For even as love crowns you so shall he crucify you.
Even as he is for your growth so is he for your pruning.
Even as he ascends to your height and caresses your tenderest branches that quiver in the sun,
So shall he descend to your roots and shake them in their clinging to the earth.
Like sheaves of corn he gathers you unto himself.
He threshes you to make you naked.
He sifts you to free you from your husks.
He grinds you to whiteness.
He kneads you until you are pliant;
And then he assigns you to his sacred fire, that you may become sacred bread for God's sacred feast.
All these things shall love do unto you that you may know the secrets of your heart, and in that knowledge become a fragment of Life's heart.
But if in your fear you would seek only love's peace and love's pleasure,
Then it is better for you that you cover your nakedness and pass out of love's threshing-floor,
Into the seasonless world where you shall laugh, but not all of your laughter, and weep, but not all of your tears.
Love gives naught but itself and takes naught but from itself.
Love possesses not nor would it be possessed;
For love is sufficient unto love.
When you love you should not say, "God is in my heart," but rather, "I am in the heart of God."
And think not you can direct the course of love, for love, if it finds you worthy, directs your course.
Love has no other desire but to fulfil itself.
But if you love and must needs have desires, let these be your desires:
To melt and be like a running brook that sings its melody to the night.
To know the pain of too much tenderness.
To be wounded by your own understanding of love;
And to bleed willingly and joyfully.
To wake at dawn with a winged heart and give thanks for another day of loving;
To rest at the noon hour and meditate love's ecstasy;
To return home at eventide with gratitude;
And then to sleep with a prayer for the beloved in your heart and a song of praise upon your lips.
-excerpt from The Prophet, by Kahlil Gibran
----------------------------------
Então Almitra disse, Fala-nos do Amor
E ele ergue a fronte e olhou para a multidão, e um silêncio caiu sobre todos.
E disse, com uma voz forte:
Quando o amor vos chamar, segui-o;
ainda que os seus caminhos sejam agrestes e escarpados.
E quando as suas asas vos envolverem, entregai-vos,
ainda que a espada escondida na sua plumagem possa ferir-vos.
Enquanto vos falar, acreditai nele;
embora a sua voz possa despedaçar os vossos sonhos
como o vento norte devasta os jardins.
Pois assim como o amor vos engrandece, também vos crucificará.
Assim como é o vosso crescimento é também a vossa poda.
Assim como se alcança a vossa altura e acaricia os vosso ramos mais tenros que se agitam ao sol,
também penetrará até às vossas raízes e sacudirá o seu apego à terra.
Como braçadas de trigo vos leva.
Malha-vos até ficardes nus.
Passa-vos pelo crivo para vos livrar do joio.
Mói-vos até à brancura.
Amassa-vos até ficardes maleáveis.
E entrega-vos então ao seu fogo sagrado para poderdes ser pão sagrado no festim sagrado de Deus.
Tudo isto vos fará o amor para poderdes conhecer os segredos do vosso coração, e por este conhecimento vos tornardes um fragmento do coração da Vida.
Mas se no vosso medo buscais apenas a paz do amor e o prazer do amor,
Então seria melhor para vós que cobrísseis a vossa nudez e abandonásseis a eira do amor,
Para o mundo sem estações onde podereis rir, mas nunca todos os vossos risos, e chorar, mas nunca todas as vossas lágrimas.
O amor nada dá senão de si próprio e nada recebe senão de si próprio.
O amor não possui nem se deixa possuir,
Porque o amor basta ao amor.
Quando ameis não digais “Deus está no meu coração” mas sim “Estou no coração de Deus.”
E não penseis poder guiar o rumo do amor, pois o amor, se vos vir dignos, determinará ele próprio o vosso rumo.
O amor não tem outro desejo senão consumar-se.
Se, contudo, amardes e tiverdes desejos, sejam estes os vossos desejos:
Fundir-se e ser um regato que corre e canta a sua melodia à noite.
Conhecer a dor da excessiva ternura.
Ser ferido pela sua própria compreensão do amor;
E sangrar de bom grado e alegremente.
Acordar de madrugada com o coração alado e dar graças por outro dia de amor;
Descansar ao meio-dia e meditar no êxtase do amor;
Voltar a casa à tardinha com gratidão;
E adormecer tendo no coração uma prece pelo bem-amado e nos lábios um canto de louvor.
Khalil Gibran, O Profeta.
7.1.10
Receita de Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo,
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo,
espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanhe ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens? passa telegramas?)
Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumidas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de Janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.
Carlos Drummond de Andrade
19.11.09
a collection of information is not knowledge
a collection of knowledge is not wisdom
a collection of wisdom is not truth
---
uma compilação de dados não é informação
uma compilação de informação não é conhecimento
uma compilação de conhecimentos não é sabedoria
uma compilação de sabedoria não é a verdade
de fonte desconhecida
13.11.09
There are two kinds of strengths
the strength to control and the strength to yield
There are two kinds of power
the power to strip another's soul bare
and the power to stand naked
---
Existem dois tipos de força
força de liderar, e força de seguir
força de controlar e força de deixar ir
Existem dois tipos de poder
O poder de desnudar no outro a alma
e o poder de permanecer, despido
(amor vincit omnia)
Não há pior castigo
Savater, Ética para um Jovem.
12.7.09
To those first feelings that were born with me
And leaving busy chase of wealth and learning
For idle dreams of things which cannot be
Today I will seek not the shadowy region
Its unsustaining vastness waxes drear
And visions rising, legion after legion
Bring the unreal world too strangely near
I'll walk, but not in old heroic traces
And not in paths of "high morality"
And not among the half distinguished faces
The clouded forms of long past history
I'll walk where my own nature would be leading
It vexes me to choose another guide
Where the grey flocks in ferny glens are feeding
Where the wild wind blows on the mountain side
What have those lonely mountains worth revealing?
More glory and more grief then I can tell
The earth that wakes one human heart to feeling
Can centre both the worlds of Heaven and Hell
Emily Brontë
1.7.09
9.6.09
Blowing In The Wind
How many roads must a man walk down,
before you call him a man?
How many seas must a white dove fly,
before she sleeps in the sand?
And how many times must a cannon ball fly,
before they're forever banned?
The answer my friend is blowing in the wind,
the answer is blowing in the wind.
How many years can a mountain exist,
before it is washed to the sea?
How many years can some people exist,
before they're allowed to be free?
And how many times can a man turn his head,
and pretend that he just doesn't see?
The answer my friend is blowing in the wind,
the answer is blowing in the wind.
How many times must a man look up,
before he sees the sky?
And how many ears must one man have,
before he can hear people cry ?
And how many deaths will it take till we know,
that too many people have died?
The answer my friend is blowing in the wind,
the answer is blowing in the wind.
The answer my friend is blowing in the wind,
the answer is blowing in the wind.
Bob Dylan
Noam Chomsky
23.5.09
Saiba
Composição: Arnaldo Antunes
Intérprete: Adriana Partimpim
Saiba: todo mundo foi neném
Einstein, Freud e Platão também
Hitler, Bush e Saddam Hussein
Quem tem grana e quem não tem
Saiba: todo mundo teve infância
Maomé já foi criança
Arquimedes, Buda, Galileu
e também você e eu
Saiba: todo mundo teve medo
Mesmo que seja segredo
Nietzsche e Simone de Beauvoir
Fernandinho Beira-Mar
Saiba: todo mundo vai morrer
Presidente, general ou rei
Anglo-saxão ou muçulmano
Todo e qualquer ser humano
Saiba: todo mundo teve pai
Quem já foi e quem ainda vai
Lao-Tsé, Moisés, Ramsés, Pelé
Gandhi, Mike Tyson, Salomé
Saiba: todo mundo teve mãe
Índios, africanos e alemães
Nero, Che Guevara, Pinochet
e também eu e você
20.5.09
Tu Gitana
Por Lidia.
Composição: penso que é popular galega.
Tu gitana que adivinhas
me lo digas pues no lo se
si saldré desta aventura o si nela moriré.
O si nela perco la vida
O si nela triunfare
Tu gitana que adivinhas
me lo digas pues no lo se.
18.5.09
Aquela Nuvem
27.4.09
21.4.09
26.3.09
O Paraíso
Imaginada
Invocação
Não leva a nada
Não leva não
É só uma escada de papelão
Há outra entrada no Paraíso
Mais apertada
Mais sim senhor
Foi inventada
Por um anão
E está guardada
Por um dragão
Eu só conheço
Esse caminho
Do Paraíso
19.3.09
(Não há natureza humana - há comportamento humano, que sempre foi alvo de mudança ao longo da história.)
Em Addendum Z-Day 2
6.3.09
Los Hermanos
Composição: Atahualpa Yupanqui
Yo tengo tantos hermanosQue no los puedo contar
En el valle en la montaña
En la pampa y en el mar
Cada cual con sus trabajos
Con sus sueños cada cual
Con la esperanza delante
Con los recuerdos detrás
Yo tengo tantos hermanos
Que no los puedo contar
Gente de mano caliente
Por eso de la amistad
Con um lloro para llorarlo
Con un rezo para rezar
Con un horizonte abierto
Que siempre esta más allá
Y esa fuerza pa buscarlo
Con tezón y voluntad
Cuando parece más cerca
Es cuando se aleja más
Yo tengo tantos hermanos
Que no los puedo contar
Y asi seguimos andando
Curtidos de soledad
Nos perdemos por el mundo
Nos volvemos a encontrar
Y asi nos reconocemos
Por el lejano mirar
Por las coplas que mordemos
Semillas de imensidad
Y así seguimos andando
Curtidos de soledad
Y en nosotros nuestros muertos
Pa que nadie quede atrás
Yo tengo tantos hermanos
Que no los puedo contar
Y una hermana muy hermosa
Que se llama libertad
"Los Hermanos", Elis Regina, dó álbum Falso Brilhante (1976).
14.2.09
Será? III
[...]
Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender ...
O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...
Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar ...
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência é não pensar...
Alberto Caeiro, em O Guardador de Rebanhos
11.2.09
Fantasminha Feliz :)
Happy phantom
And if I die today I'll be the happy phantom
And I'll go chassin' the nuns out in the yard
And I'll run naked through the streets without my mask on
And I will never need umbrellas in the rain
I'll wake up in strawberry fields every day
And the atrocities of school I can forgive
The happy phantom has no right to bitch
oo who
The time is getting closer
oo who
Time to be a ghost
oo who
Every day we're getting closer
The sun is geting dim
Will we pay for who we been
So if I die today I'll be the happy phantom
And I'll go wearin' my naughties like a jewel
They'll be my ticket to the universal opera
There's Judy Garland taking Budda by the hand
And then these seven little men get up to dance
They say Confucius does his crossword with a pen
I'm still the angel to a girl who hates to sin
oo who
The time is getting closer
oo who
Time to be a ghost
oo who
Every day we're getting closer
The sun is geting dim
Will we pay for who we been
Or will I see you dear and wish I could come back
You found a girl that you could truly love again
WIll you still call for me when she falls asleep
Or do we soond forget the things we cannot see
oo who
The time is getting closer
oo who
Time to be a ghost
oo who
Every day we're getting closer
The sun is geting dim
Will we pay for who we been
Tori Amos, do álbum Little Earthquakes (1992).
8.2.09
Here It Is
Here is your crown
And your seal and rings;
And here is your love
For all things.
Here is your cart,
And your cardboard and piss;
And here is your love
For all of this.
May everyone live,
And may everyone die.
Hello, my love,
And my love, Goodbye.
Here is your wine,
And your drunken fall;
And here is your love.
Your love for it all.
Here is your sickness.
Your bed and your pan;
And here is your love
For the woman, the man.
May everyone live,
And may everyone die.
Hello, my love,
And, my love, Goodbye.
And here is the night,
The night has begun;
And here is your death
In the heart of your son.
And here is the dawn,
(Until death do us part);
And here is your death,
In your daughter’s heart.
May everyone live,
And may everyone die.
Hello, my love,
And, my love, Goodbye.
And here you are hurried,
And here you are gone;
And here is the love,
That it’s all built upon.
Here is your cross,
Your nails and your hill;
And here is your love,
That lists where it will
May everyone live,
And may everyone die.
Hello, my love,
And my love, Goodbye.
Leonard Cohen, do album Ten New Songs.
26.1.09
Construção
Amou daquela vez como se fosse a última
Beijou sua mulher como se fosse a última
E cada filho seu como se fosse o único
E atravessou a rua com seu passo tímido
Subiu a construção como se fosse máquina
Ergueu no patamar quatro paredes sólidas
Tijolo com tijolo num desenho mágico
Seus olhos embotados de cimento e lágrima
Sentou pra descansar como se fosse sábado
Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe
Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago
Dançou e gargalhou como se ouvisse música
E tropeçou no céu como se fosse um bêbado
E flutuou no ar como se fosse um pássaro
E se acabou no chão feito um pacote flácido
Agonizou no meio do passeio público
Morreu na contramão atrapalhando o tráfego
Amou daquela vez como se fosse o último
Beijou sua mulher como se fosse a única
E cada filho como se fosse o pródigo
E atravessou a rua com seu passo bêbado
Subiu a construção como se fosse sólido
Ergueu no patamar quatro paredes mágicas
Tijolo com tijolo num desenho lógico
Seus olhos embotados de cimento e tráfego
Sentou pra descansar como se fosse um príncipe
Comeu feijão com arroz como se fosse o máximo
Bebeu e soluçou como se fosse máquina
Dançou e gargalhou como se fosse o próximo
E tropeçou no céu como se ouvisse música
E flutuou no ar como se fosse sábado
E se acabou no chão feito um pacote tímido
Agonizou no meio do passeio náufrago
Morreu na contramão atrapalhando o público
Amou daquela vez como se fosse máquina
Beijou sua mulher como se fosse lógico
Ergueu no patamar quatro paredes flácidas
Sentou pra descansar como se fosse um pássaro
E flutuou no ar como se fosse um príncipe
E se acabou no chão feito um pacote bêbado
Morreu na contra-mão atrapalhando o sábado
Por esse pão pra comer, por esse chão prá dormir
A certidão pra nascer e a concessão pra sorrir
Por me deixar respirar, por me deixar existir,
Deus lhe pague
Pela cachaça de graça que a gente tem que engolir
Pela fumaça e a desgraça, que a gente tem que tossir
Pelos andaimes pingentes que a gente tem que cair,
Deus lhe pague
Pela mulher carpideira pra nos louvar e cuspir
E pelas moscas bicheiras a nos beijar e cobrir
E pela paz derradeira que enfim vai nos redimir,
Deus lhe pague
Composição: Chico Buarque
21.1.09
Vilarejo
Há um vilarejo ali
Onde areja um vento bom
Na varanda, quem descansa
Vê o horizonte deitar no chão
Pra acalmar o coração
Lá o mundo tem razão
Terra de heróis, lares de mãe
Paraiso se mudou para lá
Por cima das casas, cal
Frutas em qualquer quintal
Peitos fartos, filhos fortes
Sonho semeando o mundo real
Toda gente cabe lá
Palestina, Shangri-lá
Vem andar e voa
Vem andar e voa
Vem andar e voa
Lá o tempo espera
Lá é primavera
Portas e janelas ficam sempre abertas
Pra sorte entrar
Em todas as mesas, pão
Flores enfeitando
Os caminhos, os vestidos, os destinos
E essa canção
Tem um verdadeiro amor
Para quando você for
Composição: Marisa Monte, Pedro Baby, Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes
18.1.09
Carrossel do destino
Deixo os versos que escrevi,
As cantigas que cantei,
Cinco ou seis coisas que eu sei
E um milhão que eu esqueci.
Deixo este mundo daqui,
Selva com lei de cassino;
Vou renascer num menino,
Num país além do mar...
Licença, que eu vou rodar
No carrossel do destino.
Enquanto eu puder viver
Tudo o que o coração sente,
O tempo estará presente
Passando sem resistir.
Na hora que eu for partir
Para as nuvens do divino,
Que a viola seja o sino
Tocando pra me guiar...
Licença,que eu vou rodar
No carrossel do destino.
Romances e epopéias
Me pedindo pra brotar
E eu tangendo devagar
A boiada das idéias.
Sempre em busca das colméias
Onde brota o mel mais fino,
E um só verso, pequenino,
Mas que mereça ficar...
Licença,que eu vou rodar
No carrossel do destino.
Composição: António Nóbrega
30.12.08
29.12.08
No deserto
Metade de mim cavalo de mim mesma eu te domino
Eu te debelo com espora e rédea
Para que não te percas nas cidades mortas
Para que não te percas
Nem nos comércios de Babilónia
Nem nos ritos sangrentos de Nínive
Eu aponto o teu nariz para o deserto limpo
Para o perfume limpo do deserto
Para a sua solidão de extremo a extremo
Por isso te debelo te combato te domino
E o freio te corta a espora te fere a rédea te retém
Para poder soltar-te livre no deserto
Onde não somos nós dois mas só um mesmo
No deserto limpo com seu perfume de astros
Na grande claridade limpa do deserto
No espaço interior de cada poema
Luz e fogo perdidos mas tão perto
Onde não somos nós dois mas só um mesmo
Sophia, Dual
26.12.08
11.12.08
4.11.08
1.10.08
29.9.08
Tatuagens
Em cada gesto perdido
Tu és igual a mim
Em cada ferida que sara
Escondida do mundo
Eu sou igual a ti
Fazes pintura de guerra
Que eu não sei apagar
Pintas o sol da cor da terra
E a lua da cor do mar
Em cada grito da alma
Eu sou igual a ti
De cada vez que um olhar
Te alucina e te prende
Tu és igual a mim
Fazes pinturas de sonhos
Pintas o sol na minha mão
E és mistura de vento e lama
Entre os luares perdidos no chão
Em cada noite sem rumo
Tu és igual a mim
De cada vez que procuro
Preciso um abrigo
Eu sou igual a ti
Faço pinturas de guerra
Que eu não sei apagar
E pinto a lua da cor da terra
E o sol da cor do mar
Em cada grito afundado
Eu sou igual a ti
De cada vez que a tremura
Desata o desejo
Tu és igual a mim
Faço pinturas de sonhos
E pinto a lua na tua mão
Misturo o vento e a lama
Piso os luares perdidos no chão
Mafalda Veiga
22.9.08
Tradição
Gustav Mahler
em http://www.rodobalho.com/
6.9.08
27.8.08
6.8.08
Throw it away
I think about the life I live
A figure made of clay
And I think about the things I lost
The things I gave away
When I'm in a certain mood
I search the halls and, look,
One night I found these magic words
In a magic book
Throw it away, throw it away
Give your love, live your life
Each and every day
And keep your hand wide open
Let the sun shine through
Cause you can never lose a thing
If it belongs to you
There's a hand that rocks the cradle
And a hand to help us stand
With a gentle kind of motion
As it moves across the land
And hands unclenched and opened
Gifts of life and love it brings
So keep your hand wide open
If you're needing anything
Throw it away
Throw it away
Give your love, live your life
Each and every day
And keep your hand wide open
Let the sun shine through
Cause you can never lose a thing
If it belongs to you
There's a natural obligation
To what we own and claim
Possessing and belonging to
Acknowledging a name
So keep your hand wide open
If you're needing love today
Cause you can't lose it even if
You throw it all away
You can throw it away
You can throw it away
Give your life, live your love
Each and every day
And keep your hand wide open
Let the sun come through
Cause you can never lose a thing
If it belongs to you
Abbey Lincoln