2.12.20

Canção da estrada larga

1

A pé e alegre dirijo-me para a estrada larga,

Saudável, livre, o mundo à minha frente,

Diante de mim o longo e castanho caminho leva-me para onde eu quiser.


Daqui em diante nada peço à sorte, ei próprio sou a sorte,

Daqui em diante não mais me lamentarei, nada mais adiarei, de nada precisarei,

Deixo as queixas dentro de casa, as bibliotexas, as críticas impertinentes,

Forte e satisfeito viajo pela estrada larga.


A terra, e nada mais,

Não quero as constelações mais perto,

Sei que estão muito bem onde estão,

Sei que são suficientes àqueles que lhes pertencem.


Mesmo aqui carrego os meus velhos e deliciosos fardos,

Carrego-os, homens e mulheres, carrego-os comigo para onde quer que vá,

Juro que é impossível livrar-me deles,

Deles estou cheio e hei-de enchê-los por minha vez).


[...]


em Folhas de Erva, Walt Whitman

Sem comentários:

Enviar um comentário