31.3.07

Gente...

x
Que como nós se abre em fina flor

E dá ao mundo a palavra vivida

Nós que sentimos e temos Amor

Como quem ama a própria vida...

Contudo não somos o que dizemos ser

Não sentimos com os olhos a chorar

Choramos a verdade que nos faz crer

Em rios de lágrimas que serão mar...

E nós que somos gente como vós...

Iguais ao que somos quando o olhar

Se queda no eco da própria voz

Para no mundo mais gente deixar

E encantados seguirmos a nossa via

De canto e encanto no mundo ter

Não um rasgo nem estranha melodia

Mas um poema sem fim...

Algo de ti ou de mim...

Tudo o que o Amor faça nascer
[...]


(“GENTE” – um poema colectivo de “Encontros de Entrecampos”, com colaborações de: Ângela Nassim (Lynn), Eliana Mora, Luís Melo, Sónia Regina, Constantino Alves, Miguel Santos, Jorge Vicente, José Félix, Luísa Proença, Joseph Sherman, Alexandra Oliveira, José Gil, Ana Maria Costa, Mónica Correia, Carlos Savasini, Luís Monteiro da Cunha, A. Bittar, Rosangela Aliberti, Fernando Azevedo Corte Real, Xavier Zarco)

*Gente feliz com lágrimas, do título do romance homónimo do escritor João de Melo.

28.3.07



[...] a liberdade não serve nem gosta de ser servida, antes procura

comunicar-se.



Fernando Savater

27.3.07


E dizer-te, cara a cara,

Muito mais é o que nos une

que aquilo que nos separa.


Carlos Tê/Rui Veloso, Primeiro Beijo

26.3.07


Creep where you cannot walk.

Walk where you cannot run.

Run where you cannot fly.

Fly where you cannot bring the whole universe to a standstill within you.

---

Rasteja quando não conseguires andar.

Anda quando não
conseguires correr.

Corre quando não
conseguires voar.

Voa quando não conseguires aquietar o universo inteiro dentro de ti.


O Livro de Mirdad





24.3.07

O único pensamento que vive é aquele que se mantém à temperatura da sua própria destruição.

Dostoyevski

23.3.07

Ainda ontem pensava que não era

mais do que um fragmento trémulo sem ritmo

na esfera da vida.

Hoje sei que sou eu a esfera,

e a vida inteira em fragmentos rítmicos move-se em mim.


Eles dizem-me no seu despertar:

"Tu e o mundo em que vives não passais de um grão de areia

sobre a margem infinita

de um mar infinito."


E no meu sonho eu respondo-lhes:


"Eu sou o mar infinito,

e todos os mundos não passam de grãos de areia

sobre a minha margem."


Só uma vez fiquei mudo.

Foi quando um homem me perguntou:

"Quem és tu?"



Khalil Gibran

22.3.07

Há um ponto no teu ser em que o Universo inteiro presta reverência, é o ponto em que o homem se torna um construtor do infinito, aquele que assenta os tijolos de fogo, aquele que constrói o templo. Onde está a força, a lucidez, a superação dos próprios limites? Onde está aquele sonho que já não tens coragem de enfrentar porque era demasiado belo e a realidade externa se encarregou de garantir que era impossível de manifestar?

A potência construtiva, esta paixão de mais além, vem quando eu não aceito as regras do jogo tridimensional, do jogo do medo e do comodismo, quando eu misturo a criança, o sábio, o revolucionário, o científico e o santo, tudo dentro de mim. O que tu precisas é de voltar a sonhar com um planeta purificado.

André Belém, 2001.

20.3.07

Os problemas não podem ser resolvidos no mesmo nível de consciência que os criou.

Albert Einstein (1879-1955)

16.3.07

The Road Not Taken

Two roads diverged in a yellow wood,

And sorry I could not travel both

And be one traveler, long I stood

And looked down one as far as I could

To where it bent in the undergrowth;


Then took the other, as just as fair,

And having perhaps the better claim,

Because it was grassy and wanted wear;

Though as for that the passing there

Had worn them really about the same,


And both that morning equally lay

In leaves no step had trodden black.

Oh, I kept the first for another day!

Yet knowing how way leads on to way,

I doubted if I should ever come back.


I shall be telling this with a sigh

Somewhere ages and ages hence:

Two roads diverged in a wood, and I—

I took the one less travelled by,

And that has made all the difference.


Robert Frost, Mountain Interval, 1920.

14.3.07

em qualquer dos casos estarás certo.

Quer penses que podes ou que não podes,

desconhecido, mas sábio :)

13.3.07



Surely he who is worthy to receive his days and his nights is worthy of all else from you.


Toda a pessoa que é digna de receber os seus dias e as suas noites é, certamente, digna de tudo o mais de ti.


Khalil Gibran, O Profeta, 1923.

8.3.07

Um dia, gastos, voltaremos

A viver livres como os animais

E mesmo tão cansados floriremos

Irmãos vivos do mar e dos pinhais.


O vento levará os mil cansaços

Dos gestos agitados irreais

E há-de voltar aos nosso membros lassos

A leve rapidez dos animais.


Só então poderemos caminhar

Através do mistério que se embala

No verde dos pinhais na voz do mar

E em nós germinará a sua fala.


Sophia

7.3.07

A verdadeira questão não é a coragem, a verdadeira questão é o conhecido ser aquilo que está morto e o desconhecido ser aquilo que está vivo.

Osho, Coragem

6.3.07

por saberem

Um grupo de baleias permanecia como longos Budas estirados no mar.

A minha irmã e eu encostámos as orelhas ao fundo do barco para ouvirmos as suas canções.

Virámo-nos para o avô e perguntámos:

- O que significam estas canções?

- As baleias não cantam por saberem a resposta – disse – cantam por saberem a canção.

Cinzas e Neve, Gregory Colbert.

5.3.07




A mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original.


Einstein



13.2.07

e esta hein 2?

Se neste momento houver alguma coisa que queres experimentar na tua vida não a desejes, escolhe-a.

Neale Donald Walsch


És o teu desejo mais profundo.
Como é o teu desejo, assim é a tua intenção.
Como é a tua intenção, assim é a tua vontade.
Como é a tua vontade, assim é a tua acção.
Como é a tua acção, assim é o teu destino.

Brihadaranyaka - Upanishad IV



12.2.07

e esta hein?

A maior tarefa da Pessoa é dar-se à luz, tornar-se no que potencialmente é.

Erich Fromm

2.2.07

Comfort


When everyone has gone to sleep
and you are wide awake,
there's no one left to tell your troubles to.
Just an hour ago
you were listening to their voices,
lilting like a river over underground,
and the light from downstairs
came up soft like daybreak,
dimly as the heartache of a lonely child.

If you can't remember a better time
you can have mine,
little one.
In days to come,
when your heart feels undone,
may you always find an open hand.

Take comfort wherever you can,
you can,
you can.
And oh, it's a strange place.
And oh, everyone with a different face.

But, just like you thought when you stopped here to linger,
we're only as separate as your little fingers.
So, cry. Why not? We all do.
And turn to one you love.
And smile a smile that lights up all the room.
Follow your dreams in through every out door,
it seem that's what we're here for.

And when you can't remember a better time,
you can have mine,
little one.
In days to come,
when your heart feels undone,
may you always find an open hand.
Take comfort
There is comfort.
Take comfort wherever you can,
you can,
you can.

Deb Talan, Comfort

1.2.07

Não percas a oportunidade de

Um grupo de cientistas colocou cinco macacos numa jaula, em cujo centro puseram uma escada e, no topo, um cacho de bananas.

Quando um macaco subia a escada para apanhar as bananas, os cientistas lançavam um jacto de água fria nos que estavam no chão.
Depois de certo tempo, quando um macaco ia subir a escada os outros enchiam-no de pancada.

Passado mais algum tempo, nenhum macaco subia à escada, apesar da tentação das bananas.

Então, os cientistas substituíram um dos cinco macacos. A primeira coisa que ele fez foi subir a escada, dela sendo rapidamente retirado pelos outros, que lhe bateram.

Depois de algumas surras, o novo integrante do grupo já não subia à escada.

Um segundo foi substituído, e o mesmo ocorreu, tendo o primeiro substituto participado, com entusiasmo, na surra ao novato.

Um terceiro foi trocado, e repetiu-se o facto.

Um quarto e, finalmente, o último dos veteranos foi substituído.

Os cientistas ficaram, então, com um grupo de cinco macacos que, mesmo nunca tendo tomado um duche gelado, continuavam a bater naquele que tentasse chegar às bananas.

Se fosse possível perguntar a algum deles porque batiam em quem tentasse subir a escada, com certeza a resposta seria:

"Não sei, as coisas sempre foram assim por aqui..."


Não percas a oportunidade de, de vez em quando, te questionares porque fazes algumas coisas sem pensar...


"É MAIS FÁCIL DESINTEGRAR UM ÁTOMO DO QUE UM PRECONCEITO"
(Albert Einstein)

30.1.07

x
x
Só chegaremos ao possível tentando o impossível vezes sem conta.



Max Weber

E, na verdade, assim é.



Pensa como se cada pensamento teu fosse gravado a fogo no céu à vista de tudo e de todos.
E, na verdade, assim é.


Fala como se o mundo inteiro não fosse mais do que uma orelha à escuta de ouvir o que dizes.
E, na verdade, assim é.


Age como se todas as tuas acções recaissem sobre ti.
E, na verdade, assim é.


Deseja como se fosses o desejo.
E, na verdade, assim é.


Vive como se o próprio Deus necessitasse de ti para viver.
E, na verdade, assim é.



O Livro de Mirdad

29.1.07

mas a indiferença.

O oposto do amor não é o ódio

Érico Veríssimo

27.1.07


O que quer que consigas fazer ou sonhes que consegues - começa.

A audácia tem em si génio, poder e magia.


Goethe

bênção irlandesa



Que o caminho venha ao teu encontro.


Que o vento sopre sempre nas tuas costas.

Que o sol te aqueça a face,

que as chuvas caiam suaves sobre os teus campos,

e, até nos vermos…

que deus te segure docemente na palma da mão.


24.1.07

Se não olhardes com os vossos velhos olhos,
um Novo caminho se abrirá, debaixo dos vosso pés.

Diálogo com os Anjos

NÓS

Se cada um for responsável pela sua própria voz ela não poderá ser falsa.

Diálogo com os Anjos

23.1.07

Os olhos que carregam os sonhos é que vêem onde pomos os pés

desc

22.1.07

Entra na noite;

não existe nada mais importante do que isso. Espera, fica ali sozinh@, e deixa que a noite aja.

Se tiveres medo, treme.

[...] Segue as indicações do medo. É a direcção delas que precisas de seguir. O medo é simplesmente um desafio. Ele chama-te: “anda!”.

Osho

19.1.07

[as 1001 manifestações do Amor]

E Almitra disse:
Fala-nos do Amor:

- Quando o amor vos fizer sinal, segui-o;
ainda que os seus caminhos sejam duros e difíceis.
E quando as suas asas vos envolverem, entregai-vos;
ainda que a espada escondida na sua plumagem
vos possa ferir.

E quando vos falar, acreditai nele;
apesar de a sua voz
poder quebrar os vossos sonhos
como o vento norte ao sacudir os jardins.

Porque assim como o vosso amor
vos engrandece, também deve crucificar-vos
E assim como se eleva à vossa altura
e acaricia os ramos mais frágeis
que tremem ao sol,
também penetrará até às raízes
sacudindo o seu apego à terra.

Como braçadas de trigo vos leva.
Malha-vos até ficardes nus.
Passa-vos pelo crivo
para vos livrar do joio.
Mói-vos até à brancura.
Amassa-vos até ficardes maleáveis.

Então entrega-vos ao seu fogo,
para poderdes ser
o pão sagrado no festim de Deus.

Tudo isto vos fará o amor,
para poderdes conhecer os segredos
do vosso coração,
e por este conhecimento vos tornardes
o coração da Vida.

Mas, se no vosso medo,
buscais apenas a paz do amor,
o prazer do amor,
então mais vale cobrir a nudez
e sair do campo do amor,
a caminho do mundo sem estações,
onde podereis rir,
mas nunca todos os vossos risos,
e chorar,
mas nunca todas as vossas lágrimas.

O amor só dá de si mesmo,
e só recebe de si mesmo.

O amor não possui
nem quer ser possuído.

Porque o amor basta ao amor.

E não penseis
que podeis guiar o curso do amor;
porque o amor, se vos escolher,
marcará ele o vosso curso.

O amor não tem outro desejo
senão consumar-se.

Mas se amarem e tiverem desejos,
deverão ser estes:
Fundir-se e ser um regato corrente
a cantar a sua melodia à noite.

Conhecer a dor da excessiva ternura.
Ser ferido pela própria inteligência do amor,
e sangrar de bom grado e alegremente.

Acordar de manhã com o coração cheio
e agradecer outro dia de amor.

Descansar ao meio-dia
e meditar no êxtase do amor.

Voltar a casa ao crepúsculo
e adormecer tendo no coração
uma prece pelo bem amado,
e na boca, um canto de louvor.

Khalil Gibran, O Profeta, 1923.

Por agora

deixa que a alegria te preencha


18.1.07

As imagens do sonho terreno

são apenas invólucro onde o seu sentido se esconde. O despertar, só poderás encontrá-lo dentro desse sonho, fora nunca. É por isso que tu não acordas.

Diálogo com os Anjos

16.1.07

kin Cão Cristal Branco

Reconhece os olhos e os corações que reacendem a lembrança de uma confiança sagrada.

15.1.07

Quando abalares, de ida para Ítaca,

Faz votos por que seja longa a viagem,

Cheia de aventuras, cheia de experiências.

E quanto aos Lestrigões, quanto aos Ciclopes

O irado Poséidon, não os temas,

Disso não verás nunca no teu caminho,

Se o teu pensar guardares alto, e uma nobre

Emoção tocar tua mente e corpo.

E nem os Lestrigões, nem os Ciclopes,

Nem o fero Poséidon hás-de ver,

Se dentro d’alma não os transportares,

Se não tos puser a alma à tua frente.


Faz votos por que seja longa a viagem.

As manhãs de verão que sejam muitas

Em que o prazer te invada e a alegria

Ao entrares em portos nunca vistos;

Hás-de parar nas lojas dos fenícios

Para mercar os mais belos artigos:

Ébano, corais, âmbar, madrepérolas,

E sensuais perfumes de todas as sortes,

E quanto houver de aromas deleitosos;

Vai a muitas cidades do Egipto

Aprender e aprender com os doutores.


Ítaca guarda sempre em tua mente.

Hás-de lá chegar, é o teu destino.

Mas a viagem, não a apresses nunca.

Melhor será que muitos anos dure

E que já velho aportes à tua ilha

Rico do que ganhaste no caminho

Não esperando de Ítaca riquezas.


Ítaca te deu essa bela viagem.

Sem ela não te punhas a caminho.

Não tem, porém, mais nada que te dar.


E se a fores achar pobre, não te enganou.

Tão sábio te tornaste, tão experiente,

Que percebes enfim que significam Ítacas.


Konstatinos Kavafis

tradução de Manuel Resende

O significado da comunicação

é a resposta que ela recebe.

Bandler e Grinder

10.1.07

Efemeridade?

Nas suas viagens pelos pequenos planetas da sua galáxia encontrou-se com um geógrafo, que anotava, num grande livro de registo, montanhas, rios e estrelas.
O principezinho quis registar a sua flor (aquela que tinha deixado no seu planeta), mas o geógrafo disse-lhe:
- Não registamos flores, porque não podem tomar-se como referência as coisas efémeras.
E o geógrafo explicou ao principezinho que "efémero" quer dizer ameaçado de rápido desaparecimento.
Quando o principezinho ouviu isto ficou muito triste. Tinha-se dado conta de que a sua rosa era efémera..

O Principezinho, Saint-Exupéry.

A indiferença

A indiferença


Primeiro levaram os comunistas,
Mas eu não me importei
Porque não era nada comigo.

Em seguida levaram alguns operários,
Mas a mim não me afectou
Porque eu não sou operário.

Depois prenderam os sindicalistas,
Mas eu não me incomodei
Porque nunca fui sindicalista.

Logo a seguir chegou a vez
De alguns padres, mas como
Nunca fui religioso, também não liguei.

Agora levaram-me a mim
E quando percebi,
Já era tarde.

Bertolt Brecht

5.1.07

Há apenas uma história que importa:



a história daquilo em que já acreditaste e daquilo em que passaste a acreditar.


Kay Boyle

29.12.06

o que eu alimentar

Um velho índio descreveu certa vez os seus conflitos internos.

"Dentro de mim existem dois cães: um deles é cruel e mau, o outro muito bom e dócil. Estão sempre a lutar.

Quando então lhe perguntaram qual dos cães ganharia a luta, o sábio índio parou, reflectiu e respondeu:


"Aquele que eu alimentar."


18.12.06

CONFIA

Aqui vai:

Deixa a tua mente fazer associações livres.

Reconhece a dor.

Desliga o piloto automático.

Faz perguntas.

Interiormente, permite-te.

Observa. Empatiza. Não julgues.

Relembra & Recapitula.

Conta histórias.

Reserva tempo para pensar e sonhar acordad@.

Ouve radicalmente.

Dá-te a liberdade de não acertar.

Atenta às resistências.

Deixa a tua mente improvisar.

Pensa alto. Lê alto.

Nunca pares de aprender.

Ocupa-te com a arte, a natureza, as crianças.

Rodeia-te de pessoas com sentimentos.

Reconhece a finitude.

Responsabiliza-te pelas tuas obsessões.

Testa as tuas ideias.

Não pares até teres alguma ideia.

Segue os teus impulsos.

Diz a verdade. A vida é demasiado curta para mentir.

-----

Here goes:

Let your mind make free associations.

Acknowledge pain.

Turn off the automatic pilot.

Ask questions.

Give yourself inner permissions.

Observe. Empathize. Don't pass judgments.

Remember & Recapitulate.

Tell stories.

Take time to think & daydream.

Listen radically.

Give yourself the freedom to do it "wrong".

Steal from everyone.

Don't run away from resistances.

Improvise in your mind.

Think out loud. Read out loud.

Never stop learning.

Spend time with art, nature, children.

Surround yourself with people who have feelings.

Acknowledge mortality.

Take responsability for your obsessions.

Test your ideas.

Don't stop until you come up with something.

Follow your impulses.

Tell the truth. Life is too short to lie.



Judith Weston, The Film Director’s Intuition, 2003.

11.12.06

O nosso medo mais profundo não é

o de sermos inadequados.

O nosso medo mais profundo é que somos poderosos além de qualquer medida.

É a nossa luz, não as nossas trevas, o que mais nos apavora.

Perguntamo-nos:
Quem sou eu para ser Brilhante, Maravilhoso, Talentoso e Fabuloso?

Na realidade, quem és tu para o não ser?

És filho do Universo.
Se te fizeres pequeno não ajudas o mundo.
Não há mérito em te encolheres, para que os outros não se sintam inseguros quando estão à tua beira.

Nascemos para manifestar a glória do Universo que está dentro de nós.

Não está apenas em um de nós: está em todos nós.

E conforme deixamos nossa própria luz brilhar, inconscientemente damos às outras pessoas permissão para fazerem o mesmo.

E conforme nos libertamos do nosso medo, a nossa presença, automaticamente, liberta os outros.

atribuído a Nelson Mandela

4.12.06

Behold us God

– our soul, our being, our only self.

In shame, and fear and pain have we walked the long, and rough and tortuous path of Good and Evil which you have appointed us at the dawn of Time.

The Great Nostalgia urged our feet, and Faith sustained our hearts, and now has Understanding lifted our burdens, bound up our wounds, and brought us back into your holy presence naked of Good and Evil, Life and Death; naked of all illusions of Duality; naked of every self except your all-embracing Self.


With no fig-leaves to hide our nakedness

we stand before you

unashamed,

illumined,

unafraid.


Behold, we are unified.


Behold, we have overcome.


------------


Aqui estamos Senhor – nossa alma, nossa vida, nosso único ser.

Em vergonha e medo e dor trilhámos o longo e árduo e sinuoso caminho do Bem e do Mal, que nos designaste no amanhecer do tempo.

A Grande Nostalgia apressava os nossos passos e a Fé sustinha os nossos corações, e agora o Conhecimento aliviou os nossos fardos, ligou as nossas feridas, e reconduziu-nos à tua divina presença, despidos de Bem e Mal, Vida e Morte, despidos de toda ilusão de Dualidade; despidos de todo ser excepto o teu Ser que tudo abarca.

Sem folhas de figueira a esconder a nossa nudez

estamos perante ti

sem vergonha,

iluminados,

sem medo.


Vê, estamos unificados.


Vê, conseguimos.


O Livro de Mirdad

29.11.06

Que loucura!

Temer a ideia de perder a vida de uma só vez, quando não nos preocupamos em desperdiçá-la aos poucos.

John Howe

30.10.06

Silentium

Speak not, lie hidden, and conceal
The way you dream, the things you feel.
Deep in your spirit let them rise
Akin to stars in crystal skies
That set before the night is blurred -
Delight in them, and speak no word.

How can your heart expression find?
How should another know your mind?
Can he discern what quickens you?
A thought once uttered is untrue.
Dimmed is the fountainhead when stirred -
Drink at its source, and speak no word.

Live in your inner self alone;
Within your soul a world has grown.
The magic of veiled thoughts that might
Be blinded by the outer light
Drowned in the noise of day, unheard -
Take in their song, and speak no word!


by Fedor Tyutchev
translated by Vladimir Nabokov


18.10.06

You pray in vain when

You pray in vain when you address yourselves to any other gods but your very selves.

For in you is the power to attract, as in you is the power to repel.

And in you are the things you would attract as in you are the things you would repel.


(Orais em vão quando vos dirigis a outro deus que não o vosso ser.

Pois em vós está o poder de atrair, assim como em vós está o poder de repelir.

E em vós estão as coisas que ireis atrair, assim como em vós estão as coisas que ireis repelir.)



Mikhail Naimy, The Book of Mirdad: The Strange Story of a Monastery Which Was Once Called the Ark , 1962.

12.10.06

Se eu fosse eu

"Quando não sei onde guardei um papel importante e a procura se revela inútil, pergunto-me: se eu fosse eu e tivesse um papel importante para guardar, que lugar escolheria? Às vezes dá certo. Mas muitas vezes fico tão pressionada pela frase "se eu fosse eu", que a procura do papel se torna secundária, e começo a pensar. Diria melhor, sentir.

E não me sinto bem. Experimente: se você fosse você, como seria e o que faria? Logo de início se sente um constrangimento: a mentira em que nos acomodamos acabou de ser levemente locomovida do lugar onde se acomodara. No entanto já li biografias de pessoas que de repente passavem a ser elas mesmas, e mudavam inteiramente de vida. Acho que se eu fosse realmente eu, os amigos não me cumprimentariam na rua porque até minha fisionomia teria mudado. Como? Não sei.

Metade das coisas que eu faria se eu fosse eu, não posso contar. Acho, por exemplo, que por um certo motivo eu terminaria presa na cadeia. E se eu fosse eu daria tudo que é meu, e confiaria o futuro ao futuro.

"Se eu fosse eu" parece representar o nosso maior perigo de viver, parece a entrada nova do desconhecido. No entanto tenho a intuição de que, passadas a primeiras chamadas loucuras da festa que seria, teríamos enfim a experiência do mundo. Bem sei, experimentaríamos enfim em pleno a dor do mundo. E a nossa dor, aquela que aprendemos a não sentir. Mas também seríamos por vezes tomados de um êxtase de alegria pura e legítima que mal posso adivinhar. Não, acho que já estou de algum modo adivinhando porque me senti sorrindo e também senti uma espécie de pudor que se tem diante do que é grande demais."



Clarice Lispector

De todos os hábitos a que nos entregamos,

um reina sobre todos os outros no que se refere a malefícios quanto ao mundo futuro. É o hábito de ter chefes. O medo das responsabilidades, o gosto de se encostar aos outros, o jeito mais fácil de não ter que decidir os caminhos, fizeram com que a cada instante lancemos os olhos à nossa volta em busca do sinal que nos sirva de guia.
Quando surge uma dificuldade de carácter colectivo, a primeira ideia é a de que devia surgir um homem que tomasse sobre os seus ombros o áspero martírio de ser chefe. Pois bem: pode ser que isso tenha trazido grandes benefícios noutras crises da História; nem vale por outro lado a pena perguntar o que teria sido da dia História se outras se tivessem apresentado as circunstâncias.
Mas, na presente, a verdadeira salvação só virá no dia em que cada homem se convencer que tem que ser ele o seu chefe. Ou, dentro dele, Deus.

Agostinho da Silva, Só Ajustamentos, 1962.

4.10.06

Compaixão e Sabedoria

Certa vez um camponês encontrou uma cobra quase morta no seu arrozal. Vendo o sofrimento da cobra, encheu-se de compaixão. Apanhou-a e levou-a para casa.
Deu-lhe então leite morno e envolveu-a num cobertor macio. Colocou-a amorosamente ao lado dele na cama quando foi dormir. Pela manhã, o camponês estava morto.

Porque morreu? Porque usou apenas de compaixão mas não de sabedoria.
Se pegares numa cobra há grande possibilidade que ela te morda. Quando encontrares uma maneira de salvar a cobra sem a segurar estarás a equilibrar sabedoria e compaixão, e ambos ficarão felizes.

Compaixão e sabedoria deverão andar juntas. Ter uma sem a outra é como andar ao pé-coxinho. Podes saltar algumas vezes, mas acabarás por cair. Equilibrando as duas, andarás muito bem, atempada e elegantemente, passo a passo.


"Que a paz seja o teu objectivo
Que o amor seja o teu caminho
Que a sabedoria guie os teus passos."


Histórias budistas